Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de junho de 2024
Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos, está entre os nomes favoritos para a corrida presidencial, caso Joe Biden deixe a disputa. A possibilidade de substituição é aventada após o debate entre o presidente e Donald Trump, na última quinta-feira (28), ter sido considerado um desastre para o Partido Democrata.
De acordo com o instituto de pesquisa Morning Consult, 30% dos democratas apoiam o nome de Kamala caso Biden seja substituído. O governador da Califórnia, Gavin Newsom, aparece em seguida, com 20%.
A vice-presidente passou boa parte do seu mandato tentando se destacar em seu papel e naturalmente se tornar a titular para a corrida à Casa Branca em 2024. No entanto, sua popularidade é relativamente baixa e seu nível de aprovação é muito próximo de Biden.
Quem é Kamala Harris
Kamala, de 59 anos, é a primeira mulher a se tornar vice-presidente dos EUA. Formada em Direito e Ciências Polícias, ela foi procuradora da cidade de São Francisco e depois do estado da Califórnia. Kamala também foi senadora pelo estado entre 2017 e 2020.
Ela chegou a se apresentar como pré-candidata à Casa Branca para as eleições de 2020 e liderou em algumas pesquisas dentro do Partido Democrata, mas perdeu apoio e desistiu da corrida por falta de recursos financeiros.
Filha de mãe indiana e pai jamaicano, ela foi escolhida para integrar a chapa democrata para atrair minorias, sendo ela mulher, negra e filha de imigrantes.
A opção por Harris foi fundamental para a eleição de Biden porque funcionou como um chamariz para convencer eleitores negros a votar no pleito de 2020 e alçada a mulher politicamente mais poderosa do país.
Vice-presidente
Existia uma expectativa em relação ao seu papel no mandato de Biden. Ela era considerada a sucessora natural de Biden para as eleições de 2024, porém, seu desempenho foi abaixo do esperado e as pesquisas indicaram fraca popularidade.
Antes mesmo de completar um ano no cargo, Kamala foi considerada a vice-presidente americana mais impopular da história em 50 anos. Na ocasião, apenas 28% dos americanos aprovavam seu desempenho, tornando-a praticamente invisível.
Foram poucos os momentos que Kamala conseguiu chamar atenção para si. Ainda em 2021, a vice-presidente foi designada para ficar à frente na diplomacia com o México e países da América Central, para encontrar uma forma de diminuir o gargalo migratório na fronteira.
Em sua primeira viagem oficial para a região, durante um encontro com o presidente da Guatemala, Alejandro Giammattei, ela pediu que os migrantes “não venham” ao seu país de forma ilegal. Na ocasião, sua performance foi considerada desastrosa.
Direito ao aborto e Gaza
Ainda que com baixa popularidade, Kamala conseguiu dobrar alguns de seus críticos. Em 2022, ela se colocou como a voz da Casa Branca em defesa ao direito ao aborto.
No ano passado, durante a Conferência de Segurança de Munique, foi Kamala quem subiu o tom contra a Rússia, na guerra da Ucrânia. Foi a primeira vez que os EUA acusou abertamente a Rússia de ter cometido crimes contra a humanidade.
Em maio deste ano, a vice-presidente fez as declarações mais incisivas da liderança dos EUA ao criticar o governo de Israel. Ela direcionou sua fala a Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, para o cessar-fogo e impedir uma “catástrofe humanitária.”
Mudança de estratégia
Desde o início do ano, Kamala tem viajado em campanha para fortalecer a chapa e mobilizar principalmente eleitores negros, base essencial para os democratas.
Segundo o site Politico, aliados e assessores de Kamala acreditam que ela conseguiu demonstrar mais habilidade e confiança nestes últimos meses e, com isso, revigorar seu perfil.
Após o debate de quinta, Kamala fez uma defesa enfática de Biden, em uma viagem por Nevada, que chamou atenção e a colocou novamente como alternativa ao posto de candidato.
Não há planos, de acordo com seus assessores, para a vice-presidente fazer uma campanha para defender Biden.
Ela estaria focada na captação de recursos nos próximos dias, em áreas onde estará em contato com doadores, o que não deixa de ser uma oportunidade para causar boa impressão e se colocar à disposição como substituta à vaga de Biden.