Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 21 de julho de 2024
Nascida no dia 20 de outubro de 1964, a atual vice-presidente dos Estados Unidos, a democrata Kamala Harris, pode ser a primeira mulher a comandar a Casa Branca. O nome dela passou a ser o favorito na campanha contra Donald Trump após o presidente Joe Biden anunciar que desistiu de tentar a reeleição.
Harris é a primeira mulher a ocupar a vice-presidência dos EUA e tem a candidatura apoiada por Biden. De origem indiana, ela é a segunda mulher negra a se eleger senadora no país.
Pesquisas recentes sugerem que Harris poderia se sair melhor que Biden contra Trump. Democratas influentes já sinalizaram que a atual vice-presidente é a melhor opção para liderar a chapa pelo partido.
A maioria dos americanos vê Harris de forma negativa, assim como o atual e o ex-presidente. A pesquisa Five Thirty Eight apurou que 37,1% dos eleitores aprovam Harris e 49,6% desaprovam. Esses números se comparam a 36,9% e 57,1% para Biden e 38,6% e 53,6% para Trump.
Desde que a Suprema Corte revogou o direito constitucional das mulheres ao aborto em 2022, Harris se tornou a principal voz do governo Biden em direitos reprodutivos, uma questão na qual os democratas estão apostando para ajudá-los a vencer a eleição de 2024.
Alguns democratas acreditam que Harris pode energizar grupos de tendência democrata cujo entusiasmo por Biden diminuiu, incluindo eleitores negros, jovens e aqueles que não aprovam a forma como Biden está lidando com a guerra entre Israel e o Hamas.
No entanto, Harris pode ter dificuldades para atrair democratas moderados e os eleitores independentes que gostam das políticas centristas de Biden, disseram alguns doadores democratas.
Outro ponto positivo apontado em relação à atual vice presidente é o histórico dela como promotora, o que poderá fazer com que ela tenha um desempenho melhor em um debate direto contra Donald Trump.
Assim que recebeu o apoio oficial de Biden para seguir na candidatura pelo partido democrata, Kamala Harris já foi atacada por Trump. Ele disse à CNN que será “mais fácil” derrotar a atual vice-presidente.
Histórico
Nascida em Oakland, na Califórnia, Kamala Harris é filha de uma pesquisadora na área do câncer e de um professor de economia de ascendência jamaicana.
Seu passado como promotora a colocou muitas vezes na linha de tiro dos grupos mais à esquerda entre os democratas, que veem na justiça criminal um meio para reforçar desigualdades. Mesmo assim, ela é vista como moderada dentro do partido Democrata.
Por outro lado, ela tem posição dura em diversas questões econômicas, tendo tido um papel importante em negociações por indenizações cobradas de instituições financeiras em razão da crise das hipotecas de 2008.
Kamala Harris também se coloca como uma defensora de programas sociais e de uma ampliação da ação estatal na promoção dessas condições.
Decepção com Biden
A primeira aproximação de Kamala Harris e Biden veio durante as negociações com os bancos em 2011. Nessa época, Beau Biden, filho do ex-vice-presidente, era o procurador-geral de Delaware e Kamala, a da Califórnia. Os dois ficaram muito amigos.
“Nós nos protegíamos um ao outro”, escreveu Harris sobre Beau Biden em um livro de memórias de 2019. “Havia períodos, quando eu estava no centro dos ataques, em que Beau e eu conversávamos todos os dias”, lembra Harris, “às vezes várias vezes ao dia”.
Em 2019, porém, quando ela era pré-candidata à presidência dos EUA, teve um sério desentendimento com Biden durante um debate entre os postulantes democratas.
Kamala Harris disse que não considerava que o ex-vice-presidente fosse racista, “mas foi doloroso ouvi-lo falar sobre dois senadores dos Estados Unidos que construíram sua reputação e carreira na segregação racial”.
A fala, evocando menções antigas de Biden a parlamentares que eram contrários ao fim da segregação racial nas escolas americanas, gerou rusgas. “Eu estava preparado para todos me atacarem”, disse Biden à CNN na oportunidade. “Mas não para a pessoa que me atacou do jeito que me atacou. Ela conhecia Beau, ela me conhece.”
Os dois dizem que as rusgas foram superadas, mas elas foram consideradas até os últimos momentos antes do anúncio da escolha de Kamala como vice.