Por Redação O Sul | 11 de abril de 2023
Embora já tenha advogado pela criação de um estado próprio, hoje o Dalai Lama reivindica mais liberdade para os tibetanos.
Foto: ReproduçãoO Dalai Lama Tenzin Gyatso desculpou-se após a repercussão de um vídeo em que beija a boca de uma criança. A gravação do líder espiritual tibetano que circulou nas redes sociais gerou revolta.
O vídeo foi gravado em 28 de fevereiro, durante uma audiência em Dharamsala, no Norte da Índia, onde o líder vive exilado, mas as imagens viralizaram apenas no último final de semana.
O Dalai Lama se desculpou com a criança e a família do menino, em nota publicada em suas redes sociais oficiais nesta segunda-feira (10). O comunicado acrescenta que o líder costuma interagir com as pessoas “de maneira inocente e brincalhona, mesmo em público e diante das câmeras”.
Quem é o dalai lama?
Dalai lama é um título dado ao líder máximo do budismo tibetano. Além das funções religiosas, a figura personifica o movimento pela autonomia do Tibete.
O governo chinês considera o Tibete como uma região autônoma do país. Embora já tenha advogado pela criação de um estado próprio, hoje o Dalai Lama reivindica mais liberdade para os tibetanos, sem desvincular o território da China.
Com 87 anos, Tenzin Gyatso é o dalai lama atual. Considerado a reencarnação dos 13 líderes que ocuparam o cargo antes dele e detentor do título desde 1940, Gyatso recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1989.
Em 1959, o Tibete foi anexado pela China e, desde então, o líder vive em exílio no norte da Índia. Ainda assim, Gyatso permanece como a figura espiritual tibetana mais importante.
Em 2011, o Dalai Lama se aposentou como chefe político para dar lugar a um governo democrático, a Administração Tibetana Central.
Polêmicas
O episódio com o menino não foi o primeiro episódio polêmico em que o líder espiritual tibetano se envolveu. Em 2019, Gyatso fez uma declaração vista como machista, em entrevista à BBC.
Perguntado sobre se o próximo dalai lama poderia ser uma mulher, o líder disse que ela deveria ser mais bonita que ele. “Se viver uma mulher dalai lama, ela deverá ser mais atraente”, apontou.
Em comunicado da época, a equipe se desculpou pela possível ofensa e declarou que Gyatso sempre apoiou a igualdade de gênero.
Em 2009, o líder tibetano participou de uma reunião do grupo americano Nxivm que, à época, era conhecido como uma organização sem fins lucrativos voltada para a autoajuda.
Em 2017, investigações revelaram que o Nxivm era uma seita que mantinha escravas sexuais. O líder do grupo, Keith Raniere, foi preso nos EUA por extorsão, crimes sexuais, tráfico de pessoas e fraude. Naquele ano, o dalai lama foi criticado por ter participado do evento anteriormente.
