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Brasil Quem matou e quem mandou matar Marielle?

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Passeata em homenagem à vereadora Marielle Franco, e seu motorista. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Um mês depois de a vereadora Marielle Franco (PSOL) ser assassinada, com quatro tiros, aos 38 anos, em uma rua do Estácio, perto do centro carioca, sua memória é cultivada por sua família em um apartamento em Bonsucesso, na zona norte do Rio. Ali, é possível ver os vestígios da curta vida da parlamentar, das brincadeiras da afilhada, Mariah, de 2 anos, muito jovem para entender o que aconteceu à madrinha, aos porta-retratos com as fotos em que a ativista aparece sorridente, espalhados pelas estantes.

Sua família continua sem a resposta que espera desde 14 de março. Querem saber quem matou Marielle. “Faz um mês, dá muita angústia e preocupação. A família quer essa resposta e a sociedade também”, diz o pai, seu Antônio. Ele ainda está voltando à rotina na vendinha na Baixa do Sapateiro, no Complexo de Favelas da Maré, perto dali, onde vende doces, cerveja e refrigerantes para se manter ocupado.

O ataque também matou o motorista do carro em que Marielle estava, Anderson Gomes, de 39 anos. Única sobrevivente, a assessora que acompanhava a vereadora deixou o País. Segundo integrantes do PSOL, ela tomou a decisão com receio de sofrer retaliações de criminosos.

Em depoimento, ela relatou não ter notado a aproximação dos atiradores. A sobrevivente se abaixou para tentar se proteger e Marielle, que usava cinto de segurança, tombou sobre ela. O veículo, que trafegava devagar, seguiu desgovernado até que a própria assessora conseguiu se esticar e acionar o freio de mão.

“Quem fez isso não imaginou a repercussão que teria e planejou tão bem que a polícia está tendo muita dificuldade para resolver. Se foi milícia (principal linha de investigação atualmente), cria muita revolta. Se não tiver medida de contenção, eles vão dominar o Rio futuramente”, acrescenta seu Antônio.

Um dos crimes contra a democracia mais graves da história do Rio, é impossível não ser solucionado”, acredita o deputado Marcelo Freixo (PSOL). Ele perdeu, além de um quadro importante para seu partido, que seria candidata a vice-governadora em outubro, uma amiga próxima, a quem tinha como filha. “O tempo da nossa angústia não é o da investigação, da razão. Talvez não seja esclarecido nem em dois meses.” O vereador Tarcísio Motta (PSOL), cujo gabinete fica ao lado do que era ocupado por Marielle, diz que o clima entre os vereadores também é de muita angústia. “Quem matou Marielle?

Quem mandou matar e por quê? Essas perguntas não saem da nossa cabeça e essa falta de respostas é de uma angústia dilacerante; essas indefinições nos deixam todos com medo”, diz. A família não pensa em processar o Estado, até por não saber de quem partiram os tiros. Ainda está retomando a vida, paralisada há um mês.

Grupos paramilitares em expansão no Estado são o principal foco da investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. A polícia investiga se dois homens executados esta semana em áreas dominadas por milícias estariam envolvidos diretamente com o crime. Também apura se teriam sido mortos como queima de arquivo.

Oficialmente, a Secretaria de Segurança diz que as investigações continuam em sigilo. Muitas informações, porém, vazaram. Elas apontam para o envolvimento de milicianos no crime. A polícia vai comparar fragmentos de impressões digitais encontradas nas cápsulas achadas no local das mortes com as de dois homens assassinados esta semana.

Um deles era o líder comunitário Carlos Alexandre Pereira Maria, de 37 anos. Foi morto no domingo passado na zona oeste, um reduto de milicianos. Conhecido como Alexandre Cabeça, era colaborador no gabinete do vereador Marcello Siciliano (PHS). O parlamentar foi ouvido na semana passada como testemunha do caso.

O outro homem era Anderson Claudio da Silva. Era um subtenente reformado da PM, morto na terça passada, na mesma região. Também era suspeito de manter relações estreitas com as milícias.

Desde o fim da CPI das Milícias, o número de grupos paramilitares no Estado mais do que dobrou, segundo o Ministério Público. As comunidades carentes sob o comando de milícias passaram de 41 para 88. Eles exploram serviços como gás, internet, transporte, entre outros, e promovem extorsões.

 

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https://www.osul.com.br/quem-matou-e-quem-mandou-matar-marielle/ Quem matou e quem mandou matar Marielle? 2018-04-14
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