Sábado, 26 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 23 de novembro de 2023
O presidente americano John F. Kennedy tinha acabado de chegar a Dallas, no Texas. Ele deixara o aeroporto em uma limusine conversível para percorrer um trajeto de 16 quilômetros antes de um encontro com senadores democratas. Quando o comboio passava pela Praça Dealey, às 12h30 daquela sexta-feira, 22 de novembro de 1963, barulhos de tiros assustaram a multidão que acenava para JFK. Enquanto muita gente se jogava no chão, o chefe da Casa Branca, atingido, tombava no banco traseiro da limusine em movimento. Uma bala também feriu o então governador do Texas, John Connally. Eles foram levados a um hospital, mas Kennedy foi declarado morto meia hora depois.
Um dos assassinatos políticos mais conhecidos da História, o crime provocou um abalo sísmico, não só nos Estados Unidos, mas em um mundo imerso na Guerra Fria. Eleito presidente em 1960, JFK vinha se dedicando a conter a União Soviética e o comunismo. Em 1961, ele autorizou a fracassada invasão da Baía dos Porcos, em Cuba, e, no ano seguinte, por pouco não se viu liderando o Tio Sam em um conflito nuclear contra seus rivais, durante a conhecida crise dos mísseis na ilha caribenha. Esse contexto global motivou uma série de teorias da conspiração sobre a morte de Kennedy. Até hoje, muita gente não crê que tenha sido obra apenas do ex-fuzileiro naval Lee Harvey Oswald, autor dos disparos.
A própria trajetória de Oswald até aquela sexta-feira, há 60 anos, serviu de combustível para as teorias. Ele cresceu em uma família desestruturada e mudou de escola várias vezes. Perdia tantas aulas que chegou a ser avaliado em um reformatório juvenil, onde um psiquiatra considerou o menino perturbado devido a “isolamento emocional” e falta de afeto familiar. Segundo uma assistente social, Lee parecia “desconectado do mundo”. Para ambos os profissionais, a mãe do menino nunca ligou pra ele.
No dia 22 de novembro, por volta das 11h50, Lee Oswald se acomodou no janela do sexto pavimento do edifício onde trabalhava. Quando o comboio de Kennedy passou pela Praça Dealey, por volta de 12h30, o assassino disparou. Um tiro errou a limusine, um segundo atingiu o presidente nas costas, atravessou seu corpo e feriu Connaly, que estava na sua frente. Um terceiro projetil acertou JFK na cabeça.
Oswald escondeu sua arma no meio de caixas e foi embora. Pela descrição de testemunhas que viram o atirador na janela do prédio, policiais começaram a perseguição. Pouco depois das 13h, o agente JD Tippit abordou o assassino numa calçada e foi morto a tiros de revólver. Cerca de duas horas haviam se passado desde os disparos que mataram Kennedy quando o ex-fuzileiro naval entrou sem pagar no Texas Theatre, onde era exibido o filme “War is hell”, com Clint Eastwood. Alertado por um homem que reconhecera o atirador, o funcionário da bilheteria chamou a polícia. Oswald foi preso dentro da sala de cinema e acusado pelas mortes do agente Tippin e do presidente John Fitzgerald Kennedy.
Em entrevistas e interrogatórios, Oswald negou as acusações. No domingo seguinte, 24 de novembro de 1963, ele estava sendo levado da cadeia municipal de Dallas para outra prisão quando foi alvejado por Jack Ruby, um homem de perfil violento e dono de uma boate. Como uma equipe de TV estava acompanhando a transferência de perto, milhões de pessoas no país viram quando o atirador surgiu do nada e disparou. O ex-fuzileiro foi levado ao mesmo hospital onde JFK fora declarado morto, dois dias antes. Oswald não resistiu ao ferimento no abdôme e faleceu devido à hemorragia. Posteriormente, Jack Ruby disse que matou o Oswald porque estava revoltado com o assassinato de Kennedy. As informações são do jornal O Globo.