Domingo, 23 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de fevereiro de 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi abordado por jornalistas, mas evitou comentar sobre a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas, que são acusadas de envolvimento em um golpe de Estado.
A imprensa o questionou sobre o caso logo após um jantar com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, realizado no Palácio do Itamaraty, mas Lula preferiu não se pronunciar sobre o assunto e não respondeu às perguntas dos jornalistas. O presidente, acompanhado da primeira-dama, Janja, deixou o local sem fornecer declarações a respeito da denúncia que agita o cenário político.
Na denúncia apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro sabia do plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do STF Alexandre de Moraes, e que ele concordou com as ações propostas. Caso o STF aceite a denúncia, Bolsonaro se tornará réu e responderá a um processo penal diante da Corte.
O documento enviado à Justiça revela detalhes sobre as acusações, sustentando que o então presidente Bolsonaro adotou um tom de ruptura com o sistema democrático a partir de 2021. Segundo a denúncia assinada por Gonet, membros de uma organização criminosa estruturaram um plano dentro do Palácio do Planalto, com o objetivo de atacar as instituições democráticas, visando a derrubada do sistema de funcionamento dos Poderes e da ordem democrática. Esse plano recebeu o nome de “Punhal Verde Amarelo”, conforme o procurador-geral descreveu.
O relato também destaca que o plano foi arquitetado, discutido e levado ao conhecimento do Presidente da República, que, conforme a denúncia, deu seu consentimento. Isso ocorreu, enquanto um relatório do Ministério da Defesa, divulgado publicamente, reconhecia a inexistência de fraudes nas eleições de 2022, o que contrariava as alegações de Bolsonaro e seus aliados.
Ainda de acordo com a PGR, o plano criminoso era composto por uma série de atividades minuciosas, incluindo o assassinato de Alexandre de Moraes e o envenenamento de Lula. O Supremo Tribunal Federal, segundo a denúncia, era o alvo principal e deveria ser “neutralizado”. A acusação afirma que a organização criminosa pretendia criar um cenário de caos, comprometendo a democracia e a ordem constitucional do País.