Sábado, 18 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de junho de 2015
O radar meteorológico do governo federal usado em Salvador para alertar sobre riscos decorrentes das chuvas estava quebrado durante os deslizamentos de terra no final de abril que provocaram a morte de 15 pessoas.
A utilidade do instrumento, que é operado pelo Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, é justamente prever as chuvas antes que ocorram e os riscos de acidentes.
O Cemaden só possui um radar meteorológico na capital baiana. Além dele, há 24 pluviômetros que medem a chuva que já está ocorrendo.
A Defesa Civil da Prefeitura de Salvador e a Defesa Civil do governo da Bahia disseram que a operação do radar poderia ter ajudado a prevenir os acidentes.
Sem esse instrumento, os alertas emitidos pelo governo federal foram baseados só nos pluviômetros, que diagnosticam a chuva só na hora.
Em um evento em 2012 que anunciou a instalação de novos radares, o geólogo Agostinho Ogura, do Cemaden, definiu: “Ter o radar é olhar a previsão meteorológica no campo futuro. Ter o pluviômetro é saber o quanto está chovendo de fato”.
“Com o radar, conseguiríamos saber com mais exatidão detalhes sobre a precipitação que se aproximava da capital baiana naquela ocasião”, informou o órgão.
O superintendente da Defesa Civil da Bahia, Rodrigo Hita, disse que o radar poderia dar uma antecedência de meia hora a uma hora para evacuar áreas. “Esse radar funcionando pode interpretar e ver onde vai cair a chuva”, afirmou. Segundo ele, existem cerca de 600 encostas em Salvador e, por isso, é necessário mais precisão. (Aguirre Talento/Folhapress)