Sexta-feira, 28 de março de 2025
Por Redação O Sul | 20 de março de 2025
A Finlândia continua sendo o país mais feliz do mundo pelo oitavo ano consecutivo, de acordo com o relatório anual sobre felicidade elaborado sob a égide da ONU e publicado na quinta-feira, que também coloca Costa Rica e México entre os 10 primeiros lugares.
Respectivamente na sexta e na décima posição, Costa Rica e México entram assim, pela primeira vez, entre os países que lideram a lista.
Neste ano, o Brasil se estabeleceu como o segundo país sul-americano mais bem colocado, e subiu oito posições na lista — está em 36º lugar, atrás apenas do Uruguai.
Todos os países nórdicos permanecem entre os 10 mais felizes, com Dinamarca, Islândia e Suécia atrás da Finlândia, que ampliou ligeiramente a distância em relação ao segundo colocado.
Por sua vez, os Estados Unidos caíram para a 24ª posição, seu pior resultado desde a primeira publicação do relatório em 2012, quando ocuparam o 11º lugar, sua melhor classificação até hoje.
Compartilhar as refeições “está fortemente ligado ao bem-estar”, escrevem os autores, destacando que “o número de pessoas que jantam sozinhas nos Estados Unidos aumentou 53% nas últimas duas décadas”.
Em 2023, cerca de um em cada quatro norte-americanos declarou ter comido sozinho no dia anterior, segundo o relatório.
“O crescente número de pessoas que comem sozinhas é uma das razões para a queda do bem-estar nos Estados Unidos”, aponta o documento.
Os Estados Unidos também estão entre os poucos países que registram um aumento das “mortes por desespero” (suicídio ou decorrentes do consumo excessivo de álcool e drogas, por exemplo), enquanto esses óbitos diminuem na maioria dos países.
O relatório analisa o comportamento das populações do mundo todo entre 2022 e 2024, portanto, não está relacionado às mudanças desencadeadas pelo retorno de Donald Trump à Casa Branca.
O Afeganistão, mergulhado em uma catástrofe humanitária desde que os talibãs retomaram o poder em 2020, continua sendo o país mais infeliz do mundo.
A classificação da felicidade é baseada em uma média de três anos de avaliações pessoais sobre satisfação com a vida, além de fatores como PIB per capita, apoio social, expectativa de vida saudável, liberdade, generosidade e corrupção.
‘Relativamente satisfeitos’
— Parece que os finlandeses estão relativamente satisfeitos com a vida — declarou à AFP Frank Martela, professor adjunto especializado em pesquisas sobre bem-estar e felicidade na Universidade Aalto de Espoo, perto de Helsinque.
Isso pode ser amplamente explicado pelo fato de que os finlandeses vivem em uma “sociedade que funciona relativamente bem”, acrescentou.
— A democracia funciona bem, temos eleições livres, liberdade de expressão, baixos níveis de corrupção, e tudo isso demonstrou ser um fator preditivo de níveis mais altos de bem-estar nacional — prosseguiu.
Todos os países nórdicos possuem sistemas de proteção social relativamente sólidos, com licenças parentais, subsídios de desemprego e assistência médica majoritariamente universal, o que também contribui para níveis médios mais altos de bem-estar.
Eveliina Ylitolonen, estudante de 23 anos em Helsinque, acredita que a valorização da natureza pelos finlandeses explica o nível de felicidade do país, conhecido por suas densas florestas e mais de 160 mil lagos.
— A natureza é um elemento importante dessa felicidade — explicou.
No relatório deste ano, os autores afirmam ter novas evidências de que atos de generosidade e a crença na bondade dos outros são “fortes indicadores de felicidade, até mais do que ganhar um salário mais alto”.
“As pessoas são muito pessimistas em relação à bondade da sua comunidade”, e “a taxa de devolução de carteiras perdidas é muito maior do que se imagina”, acrescentam.
Os países nórdicos também estão “entre os melhores em relação às taxas esperadas e reais de devolução de carteiras perdidas”. As informações são do portal O Globo.