Quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Colunistas A realidade das escolas públicas

Compartilhe esta notícia:

(Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Sempre que saem na mídia reportagens mostrando a precariedade das condições das escolas públicas estaduais que estão espalhadas pelo município de Porto Alegre, eu me pergunto: o que mais falta acontecer nesses locais para que uma mudança radical de administração seja implementada, ou pelos menos testada em algumas escolas?

Exemplifico meu questionamento. Estive em contato com a realidade de uma dessas escolas, na qual fui recebida para uma palestra em um auditório sem energia elétrica, pois só neste ano houve 11 arrombamentos no local.

Nota-se que os próprios professores ficam muito chateados com as condições, afinal, eles escolheram tal carreira, mas o mínimo que esperavam era condições de poder desempenhar seus papéis.

A sugestão de mudança radical à qual me referi no início do texto é um sistema de vouchers (vales-escola) para educação. Ele funcionaria permitindo que o aluno ou sua família escolham o local onde se quer estudar, dentre as escolas de propriedade e administração privadas, porém, contando com auxílio do governo. Seria como uma bolsa de estudos exclusivamente para educação e seguindo o modelo pró-mercado de sucesso em outros países que implementaram tal medida. Se isso fosse posto em ação com pelo menos alguns alunos da rede pública como forma de teste, o quanto avançaríamos?

A começar pela melhora de serviços básicos como limpeza, fornecimento de materiais escolares, segurança, que, atualmente, na rede pública, exigem a burocracia das licitações, sem que se consiga cobrar qualidade. Praticamente tudo poderia ser cobrado de forma diferente, para que efetivamente funcionasse a contento. Até a exigência de comparecimento do “tio do bar”, como nessa escola na qual estive, que chegava a ser chamado de “tio surpresa”, porque nunca se sabia quando ele ia aparecer para vender lanches para os alunos e professores. Certamente haverá redução dos gastos públicos com educação, além de melhoria no serviço prestado como um todo. Relação ganha-ganha, como acontece no vizinho Chile, que usa esse sistema e tem os melhores índices educacionais de toda a América Latina. Tudo isso aliado à satisfação de um aluno de baixa renda por ter uma escola em boas condições, com professores motivados, que podem ajudar o Brasil a percorrer de forma mais breve o longo caminho rumo a um sistema educacional de qualidade.

Theodora Cioccari é engenheira e associada do IEE

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Colunistas

Linha direta
O trainee barbudo
https://www.osul.com.br/realidade-das-escolas-publicas/ A realidade das escolas públicas 2017-11-28
Deixe seu comentário
Pode te interessar