Sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 31 de janeiro de 2025
Nas palavras de um interlocutor, Lula está “pronto, preparado e querendo” a reeleição.
Foto: Ricardo Stuckert/PRA entrevista dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quinta-feira (30) deixa um recado claro: o petista indica que está pronto para a eleição de 2026. É uma avaliação, inclusive, de pessoas de dentro do Palácio do Planalto. Nas palavras de um interlocutor, Lula está “pronto, preparado e querendo” a reeleição.
Há uma nova postura do presidente quanto ao trato com jornalistas. Tanto que Lula chegou ao local dizendo à imprensa, até em tom informal, que responderia a qualquer pergunta e deu entrevista durante 1h20min.
O gesto do presidente é um reflexo da nova direção que tomou conta da Secretaria de Comunicação, agora comandada pelo marqueteiro Sidônio Palmeira.
Curiosamente, Lula, durante o evento, olhava para Sidônio em várias oportunidades, como se perguntasse “Está tudo certo? Estou indo bem?”. É uma demonstração de força, poder e capacidade de convencimento por parte do novo ministro.
Saúde
Quatro assessores do Palácio do Planalto, ouvidos pela reportagem, admitiram que Lula confirmou aos ministros presentes na reunião ministerial da última segunda-feira (20) que sua candidatura depende do seu estado de saúde. Contudo, o próprio petista afirmou que estava 100% recuperado da cirurgia que realizou no começo de dezembro para tratar uma hemorragia intracraniana.
“Vocês estão percebendo que nem chapéu eu estou usando, para mostrar que meu cabelo vai ficar melhor do que o do [Geraldo] Alckmin e melhor que o do [Ricardo] Lewandowski. Eles vão ficar com inveja do meu cabelo”, disse Lula durante a reunião. Desde a realização das cirurgias, Lula vinha aparecendo em público apenas de chapéu para esconder os curativos na cabeça.
O presidente terá 80 anos na campanha eleitoral de 2026 e completará 81 em 27 de outubro daquele ano. Nos últimos dois anos, problemas de saúde atrapalharam a rotina de Lula e o impediram de viajar para cúpulas internacionais.
Debandada
Outro ponto visto como crítico por parte de senadores e deputados petistas seria o desembarque de diversos partidos da base caso Lula confirmasse sua desistência à reeleição neste momento. A avaliação interna é de que partidos como PSD, MDB e União Brasil, por exemplo, embarcariam em uma candidatura da direita, por exemplo.
Por outro lado, a cúpula do PT acredita que o próprio Lula possa conseguir amarrar o apoio desses partidos por meio da reforma ministerial discutida no Palácio do Planalto para os próximos meses. Apesar do otimismo em relação à reeleição do atual presidente, a expectativa é de que o partido discuta internamente nomes alternativos ao Palácio do Planalto.
(AG)