Após as mudanças da trama de “Babilônia”, o Ministério da Justiça deve, até esta sexta-feira, voltar atrás na intenção de solicitar a mudança na classificação etária da novela. A informação foi publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo nessa quarta-feira e confirmada pelo ministério.
A Globo estipulou a classificação em 12 anos, mas o órgão pediu esclarecimentos à emissora ainda em março, duas semanas após a novela ir ao ar. Técnicos avaliaram que o conteúdo dos primeiros capítulos –como relação sexual, preconceito, homicídio e prostituição– não correspondia à faixa etária.
Gilberto Braga comentou que a trajetória da personagem Alice (Sophie Charlotte), que inicialmente seria uma garota de programa, foi a única alteração feita no enredo de “Babilônia” para atender a recomendação do Ministério da Justiça.
“Tive que mudar a personagem da Alice [que deixou de ser garota de programa], porque senão iam passar [a classificação] para 16 anos”, comentou o autor.
Caso não atendesse ao pedido da Justiça, a Globo poderia ser notificada pela pasta no Ministério Público. Procurada, a emissora afirmou que se compromete a “atender às orientações e sempre nos antecipamos para evitar qualquer inadequação”.
A mudança da orientação de Carlos Alberto, personagem de Marcos Pasquim, porém, nada teve a ver com a Justiça, afirmou Braga.
“No grupo de discussão [sobre a novela] em São Paulo, as mulheres estavam frustradas porque ele seria gay e elas têm tesão nele”, disse.
O Ministério da Justiça afirmou que chegou a receber reclamações após o beijo das personagens de Nathalia Timberg e Fernanda Montenegro, exibido no primeiro capítulo de “Babilônia”. A pasta diz, porém, que a preferência sexual de personagens não é relevante para a classificação.