Quarta-feira, 08 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de janeiro de 2025
Equipamentos fazem reconhecimento facial e detectam movimentos suspeitos.
Foto: ReproduçãoCâmeras inteligentes que fazem reconhecimento facial, identificam bandidos pela cor da roupa ou alertam sobre movimentações suspeitas, como pular um muro, têm sido apostas do poder público para frear a violência urbana no País. Além de identificar suspeitos com base no relato da vítima logo após o roubo, por exemplo, os softwares podem apontar padrões criminais, como rotas de fuga ou áreas com recorrência de casos.
O desafio, segundo especialistas, envolve integrar o uso da tecnologia a outras estratégias de segurança pública. Além disso, é preciso adotar protocolos de privacidade e evitar vieses racistas e falhas na identificação.
Curitiba (PR) e Santo André, no ABC paulista, reduziram o roubo veículos em 40% e 43%, respectivamente, um ano após a implementação da Muralha Digital, em que radares reconhecem placas de veículos roubados nas principais vias e bordas das cidades, fazendo acompanhamento da rota seguida por eles.
São José dos Campos (SP), apontada como uma das mais avançadas na estrutura tecnológica anticrime, adotou câmeras com inteligência artificial (Centro de Segurança e Inteligência, o CSI) em 2021. Conforme balanço da gestão municipal, os roubos caíram 33% entre 2020 e o ano passado.
Os equipamentos têm leitor de placa, reconhecimento facial que busca procurados pela Justiça e desaparecidos e rastreiam suspeitos por características relatadas pela vítima, como tipo da roupa ou se usava bicicleta na hora do crime.
Equipamentos desse tipo alertam sobre movimentos suspeitos, como pular o muro de uma propriedade privada ou imóvel público. Esta funcionalidade não é utilizada em São José, mas sim em São Paulo, que recentemente adotou a mesma tecnologia.
“Automaticamente é detectado que houve uma invasão de perímetro e é disparado um alarme na central de operações”, afirma Vanderson Stehling, responsável pela implementação das tecnologias da empresa chinesa Hikvision, fornecedora em São José dos Campos e agora também na capital paulista.
A Prefeitura de São Paulo anunciou em agosto do ano passado o projeto de comprar 20 mil câmeras inteligentes para a segurança pública. Hoje, segundo o Município, 10 mil já estão em funcionamento.
Um dos principais objetivos é monitorar o centro, que tem sofrido com frequentes ondas de roubos, sobretudo de celulares, e o espalhamento de usuários de drogas da Cracolândia. Para região, são previstas 3 mil câmeras.
Outro foco são os principais locais de circulação de pessoas, carros e conexões com outras cidades – esses últimos, considerados chave na procura por veículos roubados.
Bahia
O governo da Bahia já capturou 1.523 foragidos da Justiça, com ordens de prisão, em quatro anos do seu programa de câmeras com reconhecimento facial em espaços públicos e grandes eventos, como o carnaval de Salvador. O sistema já identificou até um criminoso que estava nas ruas como folião, fantasiado de mulher.
(Estadão Conteúdo)