Com o recorde de 35 ônibus incendiados em um dia de terror na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na segunda-feira (23), o prejuízo financeiro, somente com os veículos destruídos, ultrapassa R$ 35 milhões.
Cada modelo convencional dos ônibus que circulam na cidade custa cerca de R$ 850 mil. Já os modelos novos do BRT ultrapassam R$ 2,4 milhões por unidade.
O transtorno para quem precisa do transporte coletivo para se deslocar pela capital fluminense é incalculável, conforme especialistas. Eles afirmam que os próximos dias serão complicados para moradores e trabalhadores da Zona Oeste.
Atualmente, a região tem 2,6 milhões de habitantes, o que representa cerca de 41% da população carioca. A área possui 40 bairros e 70% do território total do município.
Os ataques de segunda queimaram 30 ônibus comuns e cinco coletivos do BRT e reduziram a quantidade de veículos em circulação nesta terça-feira (24) no Rio. O dia começou com dezenas de carcaças de ônibus queimados espalhadas pela Zona Oeste.
Os coletivos foram atacados em sete bairros da Zona Oeste: Paciência, Cosmos, Santa Cruz, Inhoaíba, Campo Grande, Guaratiba e Recreio dos Bandeirantes. Além dos ônibus, um trem e carros de passeio também foram incendiados. Não há relatos de feridos.
A estação Santa Veridiana do BRT foi incendiada e houve tentativa de colocar fogo em outras três: Cajueiros, Cesarão e 31 de Outubro, todas na Zona Oeste. De acordo com a Polícia Militar, 12 pessoas foram presas por envolvimento com os ataques.
A onda de terror iniciou após a morte de Matheus da Silva Rezende, de 24 anos, sobrinho do miliciano Zinho. Conhecido como Faustão, ele foi morto na segunda-feira durante uma troca de tiros com a Polícia Civil na comunidade Três Pontes, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio.
Segundo a polícia, Matheus era apontado como o número 2 na hierarquia da milícia na região e é investigado por pelo menos 20 assassinatos.