A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes de liberar a volta das operações do X (ex-Twitter) no Brasil foi destaque nos principais jornais do mundo. Os veículos destacaram o recuo de Elon Musk, dono da plataforma, diante das determinações de Moraes e os impactos econômicos da ausência do mercado brasileiro para a big-tech.
O jornal americano The New York Times classificou a decisão do Supremo como uma derrota para Musk. A reportagem também disse que o embate entre Moraes e o bilionário mostrou que governos nacionais conseguem ter vantagens na queda de braço contra grandes empresas de tecnologia.
Já o jornal The Washington Post, sediado na capital americana, afirmou que a ordem de Moraes para o retorno do X encerrou “uma disputa de meses sobre os limites da liberdade de expressão em uma era caracterizada por desinformação e polarização”.
O também americano The Wall Street Journal destacou que, para a rede social voltar a funcionar no Brasil, Musk teve que fazer “concessões-chave” para Moraes. Entre as medidas citadas pelo portal de notícias está o “bloqueio de contas investigadas por espalhar desinformação e discurso de ódio”.
O britânico The Guardian declarou que o retorno do X foi uma “rendição” do bilionário celebrada por ativistas pró-democracia brasileiros. Segundo o veículo, tais personalidades consideraram o recuo de Musk uma “vitória para as instituições e a soberania do País”.
Outra publicação britânica que noticiou a volta da rede social no Brasil foi o The Financial Times. Voltado para a cobertura econômica global, o veículo destacou que o País é um dos principais mercados de atuação do X.
A rede pública britânica BBC disse em reportagem que, com a inacessibilidade do X, os brasileiros migraram para outras redes sociais, como o BlueSky e o Threads. O jornal disse também que a demanda por serviços de VPN — redes privadas virtuais que permitem contornar bloqueios geográficos e acessar conteúdos restritos — disparou no País.
O jornal Le Monde, o principal da França, relembrou que, após Moraes determinar a suspensão do X em 30 de agosto, Musk se mostrou mais disposto a acatar as decisões judiciais brasileiras. “Antes, o bilionário acusou repetidamente o magistrado de ‘censura’. Ele o chamou de ‘ditador’ e o comparou a Voldemort, o vilão da saga Harry Potter”, disse o veículo em um trecho da reportagem.
A rede pública alemã Deutsche Welle considerou que Musk interpretou as decisões impostas por Moraes como uma “rixa pessoal”. O periódico declarou que antes o X acusava o STF de censura e, após o fim da suspensão, a empresa enfatizou que iria “continuar a defender a liberdade de expressão, dentro dos limites da lei”.
Já o El País, principal jornal da Espanha, salientou que Moraes ordenou o retorno do X após o primeiro turno das eleições municipais, que ocorreram no último domingo (6). Segundo a publicação, o magistrado tomou a decisão neste período por prezar pela “integridade” dos pleitos. O portal de notícias afirma que, mesmo assim, “isso não impediu que notícias falsas se espalhassem rapidamente por outras redes”.
O argentino Clarín fez uma cronologia do embate entre Musk e Moraes em uma matéria de destaque na seção de notícias internacionais do periódico. O jornal enfatizou que, apesar das acusações de censura de Musk contra Moraes, as decisões do ministro foram ratificadas pelos outros membros do STF.