O refino de petróleo no Rio Grande do Sul tem papel estratégico na economia gaúcha e nacional. Além de produzir derivados do combustível fóssil para a região e gerar emprego e renda, o setor exporta o excedente: em 2023, o Estado ficou no sétimo lugar no Brasil em vendas para outros países, com uma participação de 2,8%.
Essa importância é corroborada por novo relatório do Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) e que fornece um panorama atual dos setores produtivos em destaque. A autoria é dos pesquisadores Carolina Sarmento e Ricardo Fagundes Leães.
O Rio Grande do Sul conta com duas unidades, respectivamente de pequeno e médio portes: a Refinaria de Petróleo Riograndense (RPR), inaugurada em 1937 em Rio Grande (Litoral Sul) e pioneira nacional, e a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), implantada em 1968 na cidade de Canoas (Região Metropolitana de Porto Alegre) e que abrange 9,1% da capacidade brasileira, sendo a quinta maior do País.
Por não ser produtor de petróleo, o Estado necessita de uma logística de armazenamento e transporte de petróleo cru para o funcionamento de suas refinarias. O processo exige uma operação complexa, que envolve a rede integrada de terminais marítimos, oleodutos e gasodutos (para gás natural e derivados).
Dentre os produtos derivados do refino, o Rio Grande do Sul se destaca na produção brasileira de óleo diesel, para a qual contribui com 9,5%. A segunda maior participação é na produção de gasolina “A”, com 9,2% do total nacional, seguida por nafta (9,2%), gás liquefeito de petróleo (8,5%), asfalto (7,7%) e solventes (7,1%).
“Os dados demonstram a diversificação da produção gaúcha dentro do setor e sua relevância para o País, uma vez que o Estado colabora com 8,1% da produção total de derivados do refino de petróleo no Brasil”, ressalta o governo gaúcho.
Emprego
Por sediarem as duas refinarias do Rio Grande do Sul, Rio Grande e Canoas somaram, em um ano, 945 das 971 vagas de emprego na atividade, número que representa 97,3% das ocupações com carteira assinada no segmento do Estado – em âmbito nacional, o índice é de 4,5%. O território brasileiro abriga 17 refinarias em funcionamento, responsáveis por 20.883 vínculos ativos de trabalho.
Assim como observado no cenário nacional, o setor de refino de petróleo no Rio Grande do Sul também registrou diminuição no número de empregos formais entre 2013 e 2021. O total teve variação de -38,2%, índice que reflete a queda no total de empregos em Canoas – em Rio Grande, houve aumento discreto no contingente de empregados.
(Marcello Campos)