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Brasil Reflorestamento cresce na Amazônia

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Programa de TNC e Amazon, que pode atrair outros investidores pretende recuperar 20 mil hectares. (Foto: Chico Batata/Greenpeace)

Ao longo dos próximos três anos, pelo menos 3 mil agricultores familiares do Pará deverão receber apoio técnico e financeiro para reflorestar áreas desmatadas ou degradadas no bioma amazônico, com apoio de um novo programa da organização não-governamental The Nature Conservancy (TNC) e da gigante de tecnologia Amazon.

O programa, batizado de Acelerador de Agroflorestas e Restauração, incentivará o plantio de culturas agroflorestais nativas para promover a recuperação ambiental conjugada com a produção econômica de base agroecológica.

A recuperação almejada chega a 20 mil hectares, mais do que vem sendo previsto até o momento por projetos de restauração desenvolvidos por outras organizações — e pela própria TNC — na região amazônica. A Amazon já se comprometeu a apoiar o projeto, com um aporte ainda não definido, e outras empresas e investidores, inclusive os interessados em compensações de emissão de carbono, também podem participar da iniciativa.

O cacau deve ser um cultivo-chave para áreas desmatadas, já que a fruta é nativa da Amazônia e tem forte poder de geração de renda para os produtores, segundo Ian Thompson, diretor executivo da TNC Brasil e diretor interino da TNC para a América Latina. Mas outros produtos também serão estimulados, como coco, banana, açaí e mandioca, entre outros.

“Temos trabalhado há alguns anos com sistemas agroflorestais na Amazônia e vemos que é uma boa solução, com benefícios ambientais, sociais e econômicos”, afirma Thompson. O desafio, porém, sempre foi garantir escala aos projetos e garantir que eles fizessem “sentido em termos de negócios” e não dependessem de uma ONG, disse.

A parceria com a Amazon pretende destravar esses nós, segundo ele. Amazon e TNC avaliam que, dos 360 mil produtores familiares do Pará que têm propriedades de até 400 hectares, ao menos 100 mil podem se encaixar nos critérios de apoio do programa, conforme Jamey Mulligan, pesquisador sênior da Amazon e um dos responsáveis pela implementação, na companhia, do The Climate Pledge, um compromisso de 115 empresas para alcançar a neutralidade de carbono em 2040. As pequenas propriedades foram responsáveis por 33% da área desmatada no Pará no ano passado e por cerca de 40% nos últimos 13 anos.

A TNC aposta que a opção pelo cacau pode catalisar o projeto por causa da situação atual do mercado da amêndoa, com a “forte demanda e a diferença ante a oferta”, disse Thompson. Ele vê possibilidade de o projeto beneficiar de 40 mil e 50 mil famílias de pequenos produtores.

O projeto deverá fornecer assistência técnica e alguns insumos, como sementes e mudas, além de facilitar o acesso a crédito dos pequenos produtores para linhas que costumam ser de obtenção mais difícil. A experiência da TNC nos últimos anos na região deve facilitar o acesso a profissionais de assistência técnica.

A escolha dos produtores terá apoio de associações e cooperativas agrícolas já estabelecidas, que devem participar de um processo inicial de consulta e poderão colaborar na formatação do projeto, explica Thompson.

“Vamos ouvi-los sobre o projeto para atender suas necessidades”, afirmou. Junto com a Amazon, a TNC também pretende aplicar novas tecnologias digitais para se comunicar diretamente com produtores e ajudá-los a se conectar com os mercados.

A meta definida para os próximos três anos não impede que o projeto tenha duração de prazo mais longo. “Estamos começando com uma série de atividades de três anos para que tenhamos tempo de consultar comunidades, desenvolver e testar mecanismos e continuar a trazer mais investimentos e escalar o projeto ao longo do tempo”, disse Mulligan. Para a Amazon, disse, a entrada no projeto é o “primeiro passo” de apoio a soluções climáticas.

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