Segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de setembro de 2015
As negociações para a composição da nova equipe ministerial da presidenta Dilma Rousseff, articuladas por integrantes da cúpula do governo e por líderes dos partidos aliados, ampliaram o afastamento entre a petista e seu vice, Michel Temer. Conforme relatos de peemedebistas, o novo arranjo da Esplanada proposto pelo Palácio do Planalto diminui o poder do vice-presidente, que, em resposta imediata, atuou para travar o avanço das mudanças.
As discussões sobre a nova divisão dos espaços do governo também ocorrem no momento em que Temer tem sido excluído pelo Planalto das principais decisões do Executivo. Desde o mês passado, quando Temer afirmou que “alguém” precisava unir o País diante do avanço das crises econômica e política, o poder dele vem sendo desidratado gradativamente.
Articulada nos bastidores, a reação de Temer pode comprometer a reforma que tem por objetivo afastar o risco de impeachment de Dilma no Congresso e aprovar o ajuste considerado vital para diminuir o impacto da crise.
No rascunho da reforma apresentado aos congressistas por integrantes do Executivo, as secretarias de Portos e da Aviação Civil, atualmente ocupadas por ministros ligados ao vice-presidente, devem ser distribuídas às bancadas da sigla na Câmara dos Deputados e no Senado. Os deputados peemedebistas também devem indicar o novo ministro da Saúde, pasta que detém o maior orçamento da Esplanada.
Esse redesenho dos ministérios, que segue a lógica de que a preferência é de quem tem voto, tem sido comemorado no Congresso. Alguns peemedebistas lembram que, no início do governo, Dilma tratava dos principais espaços do governo federal apenas com os presidentes das legendas. Com o atual cenário de crise, em que o Congresso poderá conduzir um processo de impeachment, essa prerrogativa teve de ser revista e transferida às bancadas. (AE)