Quarta-feira, 16 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 14 de abril de 2025
Completaram-se nessa segunda-feira (14) três meses da posse de Sidônio Palmeira. Era o pontapé inicial da reforma ministerial de meio de mandato de Lula.
De lá para cá, mais duas mexidas na equipe: Nísia Trindade, então titular do Ministério da Saúde, caiu fora, Alexandre Padilha assumiu em seu lugar e Gleisi Hoffmann foi para o Ministério de Relações Institucionais.
Em resumo, 90 dias depois de iniciada (e uns 120 desde que começou a ser discutida), a reforma nem chegou ainda nos cargos além do PT. Não está concluída. E nem parece que estará tão cedo.
Juscelino
O presidente Lula deve voltar a conversar com partidos de centro e da base aliada para promover mudanças nos ministérios do governo na próxima semana. A retomada das articulações foi acelerada pela demissão de Juscelino Filho (União Brasil) do Ministério das Comunicações na última terça-feira (8) por denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) por corrupção.
Inicialmente, Lula queria postergar os pedidos do Centrão para o momento em que pudesse organizar apoios para as eleições de 2026. O chefe do Executivo cobra que os partidos integrantes do seu governo estejam com ele na tentativa de se reeleger. Diante das dificuldades de assegurar as alianças ainda em 2025, Lula deve fazer mudanças pontuais e trocar ministros do PT por nomes do partido. Por enquanto, as mudanças cogitadas são:
* Desenvolvimento Agrário – deve sair Paulo Teixeira e entrar Edegar Pretto, presidente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento);
* Mulheres – deve sair Cida Gonçalves e entrar outra petista, de nome ainda não definido;
* Secretaria Geral – deve sair Márcio Macêdo e entrar Guilherme Boulos (PSOL-SP), deputado federal.
Nome rejeitado
Em outra frente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva rejeitou um nome indicado pelo União Brasil como ‘plano B’ para o Ministério das Comunicações, após a demissão de Juscelino Filho. O deputado Moses Rodrigues chegou a ser cotado como opção para impedir uma disputa interna do partido, mas teve o nome vetado.
Segundo apurou a CNN, Lula teria negado a sugestão sob a justificativa de que Moses assinou o pedido de urgência da proposta de anistia para envolvidos no 8 de janeiro. A expectativa, por ora, segue para que o deputado Pedro Lucas, líder do União na Câmara, assuma a pasta após o feriado de Páscoa.
Nesse cenário, Juscelino Filho teria o aval do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). O nome do ex-ministro, no entanto, enfrenta resistência e coloca em xeque essa dança de cadeiras.
Integrantes da cúpula avaliam que a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), precipitou-se ao anunciar o nome de Lucas. A ministra sustenta que o anúncio foi acordado a portas fechadas com Lula.
Conforme mostrou a CNN, Pedro Lucas pediu tempo ao Planalto para resolver questões pessoais que envolvem justamente a liderança do União na Câmara. O petista, então, respondeu que o deputado era “muito corajoso” de dar uma resposta como essa.