Quarta-feira, 08 de janeiro de 2025

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
26°
Partly Cloudy / Wind

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Colunistas Região Metropolitana resiliente

Compartilhe esta notícia:

Esteio aprendeu a ser resiliente. (Foto: Arquivo/Governo do Estado)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Não é novidade que ao longo das últimas décadas, as cidades da Região Metropolitana enfrentam as consequências de um crescimento urbano desenfreado. O êxodo rural e a falta de planejamento no controle demográfico de meados do século passado resultaram em uma urbanização desordenada. Ainda que o aumento populacional seja crucial para o desenvolvimento econômico, quando mal estruturado, gera impactos irreversíveis. São essas negligências do passado que hoje cobram seu preço e lançam incertezas sobre o futuro.

Cada nova chuva traz não só a água que invade ruas e casas, mas também uma sensação de impotência diante de problemas. O medo não é apenas da inundação em si, mas da falta de enxergar óbvio, da criação de ações preventivas de uma sociedade que por muito tempo ignorou a necessidade de antecipar soluções.

Embora a responsabilidade do poder público seja inegável, é um equívoco esperar que ele resolva tudo sozinho. As enchentes não são apenas fenômenos naturais, mas resultados de decisões — ou da ausência delas. Resolver essa questão vai além de obras de infraestrutura; exige empenho mútuo entre governos, empresas e cidadãos para priorizar ações que realmente transformem a realidade.

A Esteio que aprendeu a ser resiliente

Aqui em Esteio, conviver com enchentes já faz parte da história da cidade. Se pudéssemos voltar no tempo, lembraríamos que boa parte da cidade foi outrora uma plantação de arroz, cultivada pela família Kroeff. Essa memória reflete a fragilidade ambiental do território onde vivemos hoje. Esteio é uma das cidades mais baixas da região, onde as águas da Bacia dos Sinos se acumulam e transbordam pela área urbana.

A questão não é buscar culpados, mas desenvolver conhecimento para um planejamento estratégico que reduza o impacto das cheias. O Esteio Resiliente nasceu muito antes da maior catástrofe climática já registrada no Rio Grande do Sul. Esse programa, que iniciou no governo Pascoal, é um marco em prevenção, com um investimento de aproximadamente R$ 55 milhões, captados junto ao BRDE.

O programa contempla mais de 19 intervenções, desde o desassoreamento de arroios até a criação de bacias de reservação. Mesmo sendo o menor território do Estado, Esteio escolheu destinar 31% de sua área para proteção da cidade, seja com bacias de contenção ou áreas de preservação permanente (APPs). E Isso é planejamento consciente. Isso é priorizar a segurança das pessoas.

Nossa gestão tem orgulho em ser a continuidade do Esteio Resiliente. Seguimos comprometidos em aplicar esses recursos com responsabilidade com foco no impacto de curto e longo prazo. Resiliência não é apenas suportar, mas planejar, antecipar e reagir com inteligência.

Juntos e mais resilientes

Esteio é parte de algo muito maior. Nenhuma cidade da Região Metropolitana é uma ilha. A água que alaga uma rua em Esteio pode ter sua origem em Sapucaia, Canoas, São Leopoldo ou até mesmo mais longe do que imaginamos. Por isso, soluções precisam ser regionais, compartilhadas e integradas. Consórcios fortes e engajados, como a Granpal e o ProSinos, são essenciais para articular ações conjuntas, desde a criação de reservatórios até políticas ambientais e habitacionais que respeitem as áreas de risco.

Contudo, o poder público não pode – nem deve – enfrentar essa batalha sozinho. É fundamental engajar a sociedade civil, o setor privado e o terceiro setor nessa luta. O tamanho desse desafio supera a capacidade individual de qualquer prefeitura. E, independentemente de bandeiras partidárias, as ações precisam ser de todos e para todos. Porque quando a água chega não existe distinção alguma.

Da resiliência ao aprendizado

As tragédias das enchentes nos oferecem uma oportunidade de reflexão. Podemos continuar remediando danos ano após ano ou transformar nossas cidades em exemplos de planejamento sustentável.

O sonho de uma Região Metropolitana Resiliente é de um lugar onde a água deixa de ser ameaça para se tornar fonte de vida. Nenhuma chuva deveria roubar o sono de pais preocupados com a segurança de seus filhos ou de trabalhadores temerosos em perder o que construíram.

A transformação exige mais do que engenharia; requer atitude. A resiliência deve ir além de um conceito, tornando-se a força que impulsiona ações concretas e ser um compromisso compartilhado de enfrentar desafios, lado a lado.

Felipe Costella, Prefeito de Esteio

Instagram: @felipecostella

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Colunistas

O Brasil e a nossa ilusão da propriedade
Lula põe Haddad na articulação da pauta econômica
https://www.osul.com.br/regiao-metropolitana-resiliente/ Região Metropolitana resiliente 2025-01-08
Deixe seu comentário
Pode te interessar