Quarta-feira, 19 de março de 2025
Por Marcelo Warth | 19 de março de 2025
Ex-diretora da Anvisa Alessandra Bastos Soares e gerente da BAT Brasil Marcos Vinicius Machado Teixeira defenderam a regulamentação dos vapes.
Foto: Marcelo Warth/O SulA regulamentação dos cigarros eletrônicos no Brasil foi debatida durante o E-Mundi (Encontro Mundial da Imprensa), realizado na terça-feira (18) na sede da BAT Brazil Labs, em Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre. No ano passado, após consulta pública, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) manteve a proibição dos vapes no País, que está em vigor desde 2009.
Durante o evento, representantes da BAT Brasil, antiga Souza Cruz, defenderam a regulamentação do produto para evitar a venda de cigarros eletrônicos ilegais. Atualmente, apesar da proibição, cerca de 3 milhões de brasileiros fazem uso efetivo de vapes comercializados de forma irregular, que contêm substâncias prejudiciais à saúde. Quase 30% dos adolescentes já experimentam os cigarros eletrônicos irregulares no País, atraídos por sabores adicionados aos mesmos.
Segundo o gerente sênior de assuntos científicos e regulatórios da empresa, Marcos Vinicius Machado Teixeira, a proibição dos cigarros eletrônicos causa o aumento de doenças pulmonares, a perda de quase R$ 6 bilhões anuais em impostos e financia o crime organizado. Ele apresentou estudos científicos, aceitos pelas autoridades sanitárias dos Estados Unidos, Reino Unido e Nova Zelândia, que apontam que o vape, quando regulamentado, apresenta redução de 95% nos compostos tóxicos em relação ao cigarro tradicional. “O produto não é livre de riscos, mas possui menos riscos à saúde”, destacou. “Regulamentação, controle e educação da população são as soluções”, prosseguiu.
Teixeira afirmou que, quando houver a regulamentação, os vapes serão destinados a adultos que desejam largar o cigarro tradicional com o objetivo de reduzir os danos à saúde. Segundo ele, os vapes são legalizados em mais de 80 países. “Regulamentar é cuidar. Proibir é negligenciar. O objetivo é fazer a transição. Não queremos atrair novos consumidores”, concluiu.
De acordo com o gerente, a composição dos vapes, incluindo a quantidade de nicotina, após a possível regulamentacão no Brasil, dependerá das determinações da Anvisa.
Durante o E-Mundi, a ex-diretora da Anvisa Alessandra Bastos Soares também defendeu a regulamentação dos vapes para que os consumidores possam fazer o uso de produtos fabricados sob fiscalização das autoridades. Segundo ela, sem a regulamentação, não é possível saber o que os usuários estão inalando, gerando grandes riscos à saúde. Alessandra destacou que a proibição dos cigarros eletrônicos deve ser revista em breve pela Anvisa.
Laboratório
O gerente de produtos da BAT, Ismael Roxo, ressaltou que o laboratório da empresa em Cachoeirinha, com 13,5 mil metros quadrados de área total, gera 600 empregos diretos e indiretos. Segundo ele, o complexo, voltado para a inovação e tecnologia, foi instalado no RS porque o Estado possui “universidades de ponta”.
E-Mundi
Diretor do E-Mundi, o colunista do Jornal O Sul Leandro Mazzini destacou que “o encontro surgiu para valorizar os jornalistas e se especializou em realizar, no Brasil, press trips em cidades históricas e seminários de temas variados”.
E-Mundi reuniu jornalistas dos principais veículos de comunicação do País. (Foto: Bruno Todeschini/Divulgação)
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