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Relacionamentos: química sexual existe mesmo? Especialista explica

A química sexual é causada pela produção de substâncias químicas no corpo, como a dopamina, a feniletilamina e a oxitocina. (Foto: Reprodução)

A ideia de “química sexual” é frequentemente usada para descrever aquela conexão instantânea e irresistível entre duas pessoas. Mas será que essa sensação é real ou apenas uma construção romântica? Segundo especialistas, a resposta é clara: a química sexual não só existe como tem raízes biológicas e emocionais profundas, embora sua importância varie de acordo com o casal.

De acordo com o sexólogo João Borzino, a química sexual é resultado de uma verdadeira tempestade de substâncias no cérebro. A dopamina, associada ao prazer, a ocitocina, que promove o vínculo, e a adrenalina, ligada à excitação, são alguns dos hormônios responsáveis por essa conexão quase mágica. Segundo o especialista, a química sexual é uma manifestação do sistema de recompensa do cérebro, que incentiva a proximidade e a conexão entre as pessoas.

Mas será que a química sexual é essencial para um relacionamento dar certo? Nem sempre. Segundo Borzino, ela pode ser o ponto de partida, mas não garante um vínculo duradouro. “Relações sólidas precisam de compatibilidade emocional, respeito e boa comunicação. A química sexual é importante, mas não pode ser o único pilar de uma relação.”

Identificar essa conexão é relativamente simples. Entre os sinais mais comuns estão o magnetismo físico, conversas fluídas e a sensação de sincronia. Além disso, fatores como o cheiro e o tom de voz podem ativar memórias e sensações que intensificam a atração, demonstrando a influência de processos biológicos.

E se a química não surgir de imediato, é possível criá-la? Sim, dizem os especialistas. Trabalhar a intimidade emocional e física pode ajudar. “Explorar interesses em comum, investir na comunicação e surpreender o outro com gestos significativos e priorizar a conexão física podem fortalecer a intimidade”, diz Borzino. O especialista complementa: “Muitas vezes, a atração cresce com o tempo e com a construção da intimidade. Casais que aprendem a se conhecer em profundidade têm mais chances de criar uma química duradoura.”

Ainda assim, é natural que a intensidade inicial diminua com o tempo, um fenômeno conhecido como habituação. Isso, porém, não significa que a paixão precise desaparecer. “A rotina pode esfriar a relação, mas o esforço consciente de ambos pode reaquecer a chama. Viajar juntos, experimentar algo novo ou simplesmente demonstrar carinho no dia a dia são formas de reinventar o relacionamento e fazer com que a chama inicial possa evoluir para um fogo mais duradouro e estável”, explica o sexólogo.

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