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Antes de virar ministro do presidente Michel Temer, Carlos Marun pede o indiciamento do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, em relatório final da CPI da JBS/Friboi

Deputado assume cargo na quinta-feira. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O relator da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da JBS, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), anunciou nesta terça-feira (12), que pediu, em seu parecer final, o indiciamento do ex-procurador-geral Rodrigo Janot e de seu ex-chefe de gabinete, o procurador Eduardo Pelella. Na visão do relator, os dois cometeram os crimes de abuso de autoridade, prevaricação e incitação à “à subversão da ordem política ou social”, previsto na Lei de Segurança Nacional. Marun vai assumir na quinta-feira (14), o ministério da Secretaria de Governo.

O relatório de Marun é apresentado, no momento, aos parlamentares da CPMI. O texto precisa ser aprovado pelo colegiado antes de ser enviado ao MPF (Ministério Público Federal), que precisa se pronunciar sobre as recomendações. Caso a maioria dos deputados e senadores da comissão não aprove o parecer, a CPMI deve apresentar um relatório paralelo.

Segundo entendimento do relator, a cúpula da PGR (Procuradoria-Geral da República), ao firmar o acordo de delação premiada com executivos da JBS, tinha como objetivo depor o presidente da República, Michel Temer, e interferir no processo de sucessão de Janot no cargo.Além de Janot e Pelella, serão alvos de pedido de indiciamento o ex-procurador Marcello Miller, os irmãos Joesley e Wesley Batista, além do executivo do grupo J&F Ricardo Saud. Principal integrante da tropa de choque de Temer no Congresso, Marun tomará posse como ministro da Secretaria de Governo na quinta-feira.

Transição

Na segunda-feira (11) o quarto andar do Palácio do Planalto voltou a ter maior movimentação de parlamentares, atraídos pela troca de comando na Secretaria de Governo. No fim da tarde, a pedido do presidente Michel Temer, o ministro demissionário Antonio Imbassahy (PSDB) recebeu em seu gabinete o sucessor, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), para começar a transição no cargo.

A missão dada ao tucano era repassar ao peemedebista as demandas e tarefas da pasta. Coube ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, intermediar o início da primeira reunião entre os dois. Padilha e Marun visitaram Temer antes. Até a cerimônia de posse Imbassahy continua na pasta, a pedido de Temer.

A tendência é de que o peemedebista mantenha no cargo, ao menos por um período, o chefe de gabinete Carlos Henrique Sobral e a secretária executiva, Ivani dos Santos. Eles são nomes ligados ao PMDB e foram levados para o Planalto pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), denunciado pela Procuradoria-Geral da República no caso do apartamento em Salvador onde foram encontrados R$ 51 milhões.

Deputados da base voltaram a circular nos corredores do Planalto e a formar fila na sala de espera da Secretaria de Governo. Antes, partidos do Centrão vinham pressionando o governo a afastar Imbassahy da articulação política. Parlamentares alegavam que não conseguiam interlocução com o tucano à frente da pasta.

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