Terça-feira, 11 de março de 2025
Por Redação O Sul | 5 de outubro de 2020
O senador Marcio Bittar (MDB-AC) disse nessa segunda-feira (5), ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, que a proposta para o Renda Cidadã irá respeitar o teto de gastos. O parlamentar é relator do programa social que o governo desenha para substituir o Bolsa Família.
“Vocês [repórteres] vão me perdoar. Não vou entrar em nenhuma ideia de onde e como o Renda vai ser financiado. A não ser afirmar que é uma decisão de todo mundo, liderada pela equipe econômica, pelo ministro Paulo Guedes. Que a solução, qualquer que seja ela, quaisquer que sejam elas, será dentro do teto”, afirmou.
Na manhã dessa segunda, Bittar se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro; o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ); o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos; e com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, em um café da manhã no Palácio da Alvorada. Guedes não participou.
Bittar disse, após o encontro com Guedes, no ministério, que a ideia é apresentar a proposta na próxima quarta (7) pela manhã, mas não quis entrar em detalhes sobre como o Renda Cidadã será financiado.
“É dentro do teto. Todos nós estamos estudando para que a gente apresente a proposta. A ideia é apresentar na quarta-feira pela manhã, aí sim dizendo, dentro do Orçamento, de onde nós vamos tirar”, disse o senador.
Segundo ele, qualquer proposta precisará do “carimbo” da equipe de Guedes.
O teto de gastos impôs um limite para as despesas da União. Para não desrespeitar o teto, o governo precisa cortar despesas dentro do Orçamento para abrir espaço para os gastos do Renda Cidadã, já que eles serão maiores que os do Bolsa Família.
“Todos nós temos uma responsabilidade e compromisso de fazer o Brasil retomar a economia e a agenda que foi vitoriosa em 2018, que é uma agenda que claramente aponta para austeridade fiscal e para a diminuição do gigantismo estatal e da [diminuição da] intervenção estatal na economia”, disse Bittar, após se reunir com Guedes.
O senador também é relator das propostas de corte de gastos públicos, onde o Renda Cidadã será incluído. Ele também é o parlamentar responsável pelo Orçamento de 2021. Guedes não respondeu às perguntas da imprensa.
“Houve turbulência. É normal, são relações humanas. Agora, as coisas, ao meu juízo, entraram no eixo de novo”, afirmou o senador.
Na semana passada, Bittar chegou a anunciar que o Renda Cidadã seria financiado com recursos do Fundeb (fundo para educação básica) e de precatórios (dívidas do governo reconhecidas pela Justiça). A reação do mercado fez o governo recuar, e busca alternativas para bancar o programa social.
“Eu procurei o Rodrigo Maia, porque ele é o presidente da Câmara, é um personagem importante. E fui pedir ajuda a ele. Todo mundo sabe da importância da criação desse programa”, disse o senador.
Bittar confirmou que foi buscar ajuda de Maia, na semana passada, depois da polêmica. Na última quarta (30), Bittar se reuniu com Maia, em busca de apoio para o desenho do programa social. Ele também conversou com assessores presidenciais e integrantes do MDB.