Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 31 de janeiro de 2022
O documento também aponta a piora das condições de vida dos afegãos desde que o Talibã retomou o poder
Foto: ReproduçãoUm relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) afirma que o Talibã e seus aliados teriam matado dezenas de ex-autoridades afegãs, membros das forças de segurança e pessoas que trabalharam com o contingente militar internacional desde a retirada das tropas lideradas pelos Estados Unidos do Afeganistão.
O documento, enviado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, ao Conselho de Segurança da entidade mostra quadro de piora das condições de vida para os 39 milhões de afegãos após a tomada do poder pelo Talibã em agosto. “Todo um complexo social e econômico está sendo paralisado”, disse Guterres.
O relatório é o mais recente de uma série de alertas que o secretário-geral da ONU fez nos últimos meses sobre as crises humanitárias e econômicas que aceleraram depois que o Talibã tomou Cabul, as últimas tropas estrangeiras lideradas pelos EUA saíram e doadores internacionais cortaram a ajuda financeira.
Guterres recomendou que o conselho aprove a reestruturação da missão da ONU para lidar com a situação, incluindo a criação de nova unidade de monitoramento de direitos humanos. A missão da ONU “continua a receber denúncias críveis de assassinatos, desaparecimentos forçados e outras violações” contra ex-funcionários, membros das forças de segurança e pessoas que trabalharam para o contingente militar internacional liderado pelos EUA, apesar da anistia geral anunciada pelo Talibã, diz o relatório.
A ONU classificou como relatos confiáveis que mais de cem desses indivíduos foram mortos – mais de dois terços deles supostamente pelo Talibã ou seus afiliados – desde 15 de agosto.
Segundo o relatório da entidade, também há “denúncias críveis” de assassinatos extrajudiciais de pelo menos 50 pessoas suspeitas de pertencerem à filial local do grupo terrorista Estado Islâmico.