Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 5 de abril de 2019
Os pilotos da Ethiopian Airlines seguiram os devidos procedimentos quando o avião Boeing MAX 8 que comandavam mergulhou diversas vezes antes de cair em 10 de março, matando 157 pessoas, disse nesta quinta-feira (4) a ministra dos Transportes da Etiópia, ao apresentar o primeiro relatório oficial sobre o desastre. As informações são da agência de notícias Reuters.
“A tripulação realizou repetidamente todos os procedimentos orientados pelo fabricante, mas não conseguiu controlar a aeronave”, disse a ministra Dagmawit Moges em uma coletiva de imprensa na capital Adis Abeba.
Alinhado às regras internacionais para acidentes aéreos, o relatório preliminar não apontou culpados, nem forneceu uma análise detalhada do voo, o que deve exigir vários meses até a emissão de um relatório final – que por sua vez deve levar um ano.
Como sinal claro de onde os investigadores etíopes estão concentrando a atenção, o relatório absolveu os pilotos da aplicação de procedimentos incorretos e emitiu duas recomendações dirigidas à fabricante Boeing e às agências reguladoras.
Eles sugeriram que a Boeing revise o sistema de controle da aeronave e que as autoridades aeroviárias confirmem se o problema foi resolvido antes de permitir que o modelo de avião volte a ser usado. Sua operação foi suspensa em todo o mundo após a queda, o segundo acidente fatal do novo modelo em seis meses na esteira de um acidente da Lion Air na Indonésia em outubro que matou 189 pessoas.
“Como foram observadas condições de mergulho de nariz involuntárias e repetitivas… recomenda-se que o sistema de controle da aeronave seja revisado pelo fabricante”, disse Dagmawit.
A Ethiopian Airlines disse que sua tripulação seguiu todas as diretrizes corretas para lidar com uma emergência difícil.
Mas o relatório pode provocar um debate com Boeing sobre como a tripulação reagiu a problemas desencadeados por dados imprecisos de um sensor de caudal de ar, particularmente se estabilizaram o avião antes de desligar programas essenciais.
A Boeing disse que estudará o relatório.
Familiares das vítimas, agências reguladoras e viajantes de todo o globo estão esperando pistas do acidente, ocorrido seis minutos após a decolagem.
Sensor defeituoso
Os pilotos de um avião da Ethiopian Airlines que caiu na Etiópia em março lutaram com os controles para manter a aeronave no ar, mas o jato da Boeing acabou caindo depois que a energia para um sistema computadorizado foi restaurada, o que fez o nariz do avião apontar para baixo por causa de dados gerados por um sensor defeituoso, revelou um relatório preliminar do acidente divulgado nesta quinta-feira.
O Boeing 737 MAX atingiu uma velocidade de cerca de 800 quilômetros por hora, muito acima de seus limites operacionais, antes dos gravadores de dados de voo terem parado quando o avião caiu em 10 de março, matando todas 157 pessoas a bordo.
“A maior parte dos destroços foi encontrada enterrada”, afirma o relatório do Escritório de Investigação de Acidentes de Aeronaves da Etiópia.
O voo condenado caiu seis minutos após a decolagem de Adis Abeba.
A aeronave mais vendida da Boeing está suspensa em todo o mundo desde o desastre, ocorrido cinco meses após um acidente com um 737 MAX da Lion Air na Indonésia que matou 189 pessoas. Um relatório sobre essa queda também provocou dúvidas sobre o avião, além de questões sobre treinamento de equipes e procedimentos de manutenção da aeronave.