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Relatórios parciais da CPI da Covid devem ficar prontos na próxima semana

A equipe do relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid-19, Renan Calheiros (MDB-AL), deve entregar “relatórios parciais” dos trabalhos da comissão na próxima semana.

A elaboração do documento foi dividido em temas e a previsão é que esses “capítulos” sejam entregues em 8 de setembro, para serem discutidos com o relator e sua equipe. É por meio dessa discussão, ponto a ponto, que se fechará o relatório final, a ser apresentado aos outros senadores.

Calheiros já anunciou a previsão de entregar o relatório a partir de 22 de setembro. Com informações novas que surgiram nas últimas semanas, envolvendo supostos lobistas da Precisa Medicamentos, Marconny Albernaz e José Ricardo Santana, ex-secretário executivo da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e os negócios da empresa de logística VTCLog, alguns senadores começaram a falar em um prazo maior para conclusão do trabalho. Esse prazo seria de, no máximo, uma semana.

Assim, a ideia continua sendo de encerrar a CPI ainda no mês de setembro. Para isso, após a entrega do relatório final, os senadores discutirão ponto a ponto do documento e aprová-lo, enviando, em seguida, aos órgãos competentes, como o MPF (Ministério Público Federal). Antes de votar o relatório, a ideia é fazer uma cerimônia de encerramento, com a presença de familiares de vítimas da Covid-19, sendo uma espécie de prestação de contas à sociedade dos trabalhos da comissão.

O relatório deve trazer, em capítulos, tudo que foi discutido desde abril deste ano, quando a CPI teve início. Ao longo desse tempo, os senadores se debruçaram sobre diversos temas, a começar pelo chamado “gabinete paralelo”, constituído por pessoas que não integram o governo federal, mas teriam assessorado o presidente da República, Jair Bolsonaro, com informações no âmbito da pandemia.

Esse grupo ajudou a incentivar o uso de medicamentos, como cloroquina e ivermectina, e teorias que não são defendidas pela ciência que podem ter contribuído, na avaliação de alguns senadores, com a quantidade de mortos por Covid-19 no Brasil, como a “imunidade de rebanho natural”, ou seja, a contaminação de pessoas pelo vírus para adquirir uma suposta imunidade.

O relatório também deve abordar a demora do governo federal para comprar imunizantes. Aqui entra o principal ponto do documento: a atuação de empresas intermediárias, e não os laboratórios que produzem os imunizantes, junto ao Ministério da Saúde; as relações entre essas empresas e servidores públicos; e as suspeitas de irregularidades envolvendo a aquisição de vacinas.

Um dos casos refere-se à empresa Precisa Medicamentos, que fechou um contrato de R$ 1,6 bilhão com o Ministério da Saúde para venda de 20 milhões de doses da vacina Covaxin, do laboratório indiano Bharat Biotech.

Ainda no semestre passado, os senadores voltaram os olhos aos negócios depois que o servidor do ministério Luis Ricardo Miranda, irmão do deputado federal Luis Claudio Miranda (DEM-DF), denunciar pressões atípicas sofridas por ele para acelerar a importação do imunizante, com, inclusive, pedido de pagamento antecipado.

As denúncias envolvem o presidente Bolsonaro, depois que o parlamentar revelou que foi junto com o irmão informar ao presidente sobre as suspeitas. Segundo ele, na época, o mandatário disse que iria pedir investigação à Polícia Federal, mas isso não aconteceu. Além disso, Miranda afirmou que na ocasião, Bolsonaro pontuou que a questão parecia ser “rolo” do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). O contrato com a Precisa foi cancelado pelo governo após as denúncias.

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