Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 8 de setembro de 2021
Em 1968, ao descobrir o problema na visão de seu filho recém-nascido, Dudu Braga, que morreu nesta quarta, aos 52 anos, devido a um câncer irreversível no peritônio, Roberto Carlos embarcou com a mulher, Cleonice Rossi, para Holanda, país que melhor dominava, na época, a cirurgia para glaucoma congênito.
Após uma operação bem-sucedida, o Rei foi obrigado a voltar com o filho para Amsterdã em dezembro do mesmo ano, quando Dudu foi submetido a uma nova cirurgia. Segundo a biografia “Roberto Carlos em detalhes”, de Paulo César de Araújo, censurada pelo cantor, foi no hotel próximo à clínica, na capital holandesa, que Roberto compôs uma das músicas mais belas e tristes da sua discografia, “As flores do jardim da nossa casa”.
Música que abre o 10º disco de estúdio do cantor, lançado em 1969, a canção faz referência à impossibilidade da visão, no refrão: “Eu já não posso mais olhar nosso jardim/ Lá não existem flores, tudo morreu pra mim”. Outra parte da música diz assim: “As coisas que eram nossas se acabaram/ Tristeza e solidão é o que restou/As luzes das estrelas se apagaram/ E o inverno da saudade começou. As nuvens brancas se escureceram/ E o nosso céu azul se transformou/ O vento carregou todas as flores/ E em nós a tempestade desabou”.
Radialista e produtor musical, Dudu estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O radialista deixa a mulher Valeska, com quem era casado há 17 anos, e os filhos Giovanna, de 22 anos, e Gianpietro, de 17 anos, e Laura, de 5 anos.