Quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de agosto de 2019
Pesquisadores da Universidade de Guarulhos, em São Paulo, fizeram uma descoberta. Eles identificaram a eficácia do ácido mefenâmico, que comercialmente é conhecido como Ponstan, para a esquistossomose. O grupo estuda novos usos para medicamentos já existentes e percebeu que o remédio utilizado para cólicas menstruais pode ajudar também no tratamento da doença provocada pelo parasita Schistosoma mansoni.
Conforme o estudo, a medicação reduziu a carga parasitária em camundongos infectados com o verme em mais de 80%. Os testes em laboratório foram feitos com animais e a próxima etapa da validação são as testagens clínicas em humanos. Caso seja aprovado, ele se unirá ao praziquantel, único medicamento que trata a esquistossomose,atualmente, podendo ser ainda mais eficaz do que esse por atuar ainda na fase larval do parasita.
A doença
A esquistossomose atinge mais de 240 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. A doença não recebe tanta atenção da indústria farmacêutica, por atingir mais a população em situação de pobreza, sem saneamento básico.
A transmissão da esquistossomose está ligada a locais com contato de água com caramujos infectados pelos vermes Schistosoma mansoni. Eles se alojam nas veias do mesentério e no fígado do paciente, que não apresenta sintomas nas primeiras duas semanas. Porém, o quadro pode evoluir, chegando a causar óbito.