Representantes do grupo Cais Mauá para Todos apresentaram na manhã desta quinta-feira, no Solar IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil), no centro da Capital, uma avaliação sobre o projeto EIA/RIMA (Estudos de Impacto Ambiental) do Cais Mauá. Eles argumentam que o projeto não contou com a participação da comunidade e que apresenta inúmeras falhas e pedem que seja reestruturado e implantado em uma operação consorciada com a população local. O grupo defende o importante papel do centro histórico na vida da sociedade gaúcha e aponta itens que não se adequaram a isto, nem andam a passo com outros projetos da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Um exemplo, os estudos focados nas principais rotas para ciclovias que não foram mencionados no EIA/RIMA, nem a adequação dos modais ônibus, trem e Catamarã, sem expectativa de futuro traçada. “Existe uma proposta pela Prefeitura de uma passagem subterrânea que ligaria a Rua da Praia, perto do Gasômetro ao empreendimento, mas isto também não foi citado. O rebaixamento da calçada evitaria ruídos e trânsito. O projeto prima pela mobilidade urbana e automobilística, na contra mão do que se quer hoje em grandes metrópoles”, atesta Milton Cruz, sociólogo e pesquisador do Observatório das Metrópoles, um dos condutores do debate desta manhã. “Falta conexão do EIA/RIMA com a Prefeitura”. Outro exemplo, segundo ele, a linha de turismo, deixando dúvidas se ficará conectada ou não ao Cais Mauá. Projetos paisagísticos que poderiam resgatar a vegetação do centro histórico é outro item que eles defendem e pregam a necessidade, além de pontos que valorizam pedestres e qualidade de vida da população. “Deveria ter sido feita uma pesquisa de hábitos e consumo, hábitos culturais e perspectivas da população quanto ao empreendimento e isto também é outra falha que apontamos”.Ele diz que o EIA/RIMA apresentado levou apenas um mês para ser construído e a um custo de apenas um por cento do valor de todo o empreendimento, o que também caracteriza a pouca profundidade do estudo.