Sexta-feira, 29 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 15 de novembro de 2022
O atacante Cristiano Ronaldo vive em 2022 um período atípico: aos 37 anos, a principal estrela da Seleção de Portugal é reserva no Manchester United (Inglaterra) e não chega perto de repetir seus números de outros tempos, em que conquistou a Bola de Ouro de melhor jogador do mundo. Às vésperas do início da Copa do Mundo do Catar, ele tem a última chance de conquistar o título inédito por seu país.
Desde que retornou ao futebol britânico, CR7 vive altos e baixos nos “Red Devils” de Manchester. Em seu primeiro ano, foi o único destaque de um clube que teve três treinadores em uma só temporada. Já nos primeiros meses da atual temporada, desavenças com o holandês Erik Ten Hag, novo comandante da equipe, o levaram a perder espaço na equipe titular.
Cristiano Ronaldo nunca foi conhecido por exercer uma função de marcação em campo e já não tem a condição física dos tempos de Real Madrid (Espanha) ou mesmo de sua primeira passagem pelo Manchester. Ten Hag, por sua vez, cobra de seus jogadores o cumprimento de funções táticas além de suas posições “oficiais”.
Além disso, o atacante lusitano teve que lidar com problemas pessoais durante a inter-temporada, o que acabou afetando sua relação com o restante do grupo.
Em abril, CR7 e sua mulher, a modelo argentina Georgina Rodríguez, perderam um dos gêmeos que estavam esperando. Desde então o atacante tem lidado com o luto e outros dramas.
Nesta temporada, o atleta foi titular em apenas três jogos do United no Campeonato Inglês. Em julho, Ten Hag afirmou que contava com o jogador para a temporada, mas o craque demorou a se juntar aos companheiros na pré-temporada – realizou treinos particulares em Portugal.
Essa ausência dos gramados também é explicada pela vontade manifestada por seu agente, Jorge Mendes, de deixar o Manchester na última janela de transferências. Clubes como o Borussia Dortmund (Alemanha), Atlético de Madrid (Espanha) e Sporting (Portugal) foram procurados por seu empresário, mas nenhum demonstrou interesse.
CR7 retornou ao Manchester United na última temporada, mas quase se transferiu para o City. Nesta semana, ele revelou que conversas com o seu ex-treinador e dirigente do clube, Alex Ferguson, o fizeram mudar de ideia.
Insatisfeito com a reserva, o estopim da relação do atleta com o United aconteceu no último mês. Em duelo com o Tottenham, pela Premier League (vitória por 2 a 0), Cristiano Ronaldo deixou o banco de reservas e partiu para o vestiário antes do final da segunda etapa, se recusando a entrar em campo aos 44 minutos do segundo tempo. Após o incidente, foi punido e suspenso.
Apesar dos problemas, o português alcançou marcas importantes nesta temporada. Diante do Everton, marcou seu gol de número 700.
Apesar de já ter conquistado cinco Bolas de Ouro, Cristiano Ronaldo tinha um desempenho abaixo da média em Copas do Mundo. Antes de 2018, o atacante havia marcado apenas três gols em três Mundiais (2006, 2010 e 2014), mas tudo mudou na Rússia.
Na primeira partida, diante a seleção espanhola, o atleta anotou três gols. Em apenas um jogo, igualou seu número de gols em todas as outras Copas disputadas.
Nas duas partidas seguintes, contra Marrocos e Irã, o atacante marcou mais um gol. Capitão da seleção portuguesa, CR7 era o principal jogador da equipe recém-campeã da Eurocopa, em 2016. Apesar de ter sido substituído ainda no primeiro tempo da final com a França, liderou a equipe do lado de fora do campo.
Nas oitavas de final do Mundial, contra a Rússia, uma partida apática do jogador, então com 33 anos, fez com que Portugal se despedisse da competição.
Última Copa
Com 117 gols, CR7 é o maior artilheiro por seleções da história do futebol, mas apenas sete destes foram em Copas do Mundo. Além disso, está a três jogos sem marcar. Caso siga como jogador profissional, Cristiano Ronaldo terá 41 anos na próxima Copa do Mundo, de 2026. Por conta disso, o Catar pode ser a última chance do atacante ser campeão mundial com a seleção portuguesa – ou ao menos superar o melhor resultado, obtido em 1966 com Eusébio.
Pela primeira vez, o craque português chega ao Mundial desacreditado. Em todas as outras oportunidades, era titular absoluto da posição em seus clubes e estava na discussão para o melhor jogador da temporada. Em 2022, como reserva do Manchester e sem repetir boas atuações por Portugal em outros anos, o atacante terá tarefa mais difícil no Catar.
Por outro lado, Cristiano Ronaldo superará marcas históricas no Catar, apenas por estar presente no elenco. Em sua quinta Copa do Mundo, ele iguala Lothar Matthäus, Gianluigi Buffon e os mexicanos Rafa Márquez e Antonio Carbajal, os únicos jogadores a terem, até o momento, cinco participações em Copas do Mundo nos seus currículos. Além disso, caso marque apenas um gol, seja na fase de grupos ou no mata-mata, o português se tornará o único a anotar ao menos um tento em cinco edições diferentes de Mundiais.