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Reservatórios de usinas hidrelétricas chegam ao fim do período de chuvas com o maior nível em 12 anos no País

Chuvas elevaram o volume dos reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste do País. (Foto: Divulgação/Sabesp)

Os reservatórios de usinas hidrelétricas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, que constituem a grande caixa d’água do sistema interligado nacional, devem encerrar a temporada de chuvas com o maior nível de armazenamento em 12 anos.

De acordo com o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), as represas no subsistema Sudeste/Centro-Oeste atingirão 85,7% da sua capacidade máxima no dia 30 deste mês, momento em que termina oficialmente o período úmido, segundo estimativas divulgadas na sexta-feira (31).

Em 2021, quando o País enfrentou uma grave crise hídrica e precisou ligar praticamente todas as suas usinas térmicas para evitar um racionamento de energia, o volume útil dos reservatórios estava em menos da metade disso no fim de abril. Na mesma época do ano passado, o índice estava em 66,5%.

Com a fartura de chuvas nos últimos meses, algumas hidrelétricas estão com o maior nível de armazenamento da história. O reservatório de Serra da Mesa (GO), que foi inaugurado no rio Tocantins em 1998, nunca esteve tão alto. No sábado (1º), ele chegou a 79,3% da capacidade máxima.

Em janeiro, pela primeira vez em mais de uma década, a hidrelétrica de Furnas (MG) abriu as suas comportas para controlar o nível de água. A represa está praticamente cheia.

No Nordeste, o quadro dos principais reservatórios é igualmente confortável. A usina de Sobradinho (BA), no rio São Francisco, alcançou quase 95% do volume útil no fim de semana — bem diferente do que se viu em um passado recente. Em 2015, com a escassez de chuvas, ela ficou perto de entrar no volume morto.

De acordo com informações divulgadas pela CNN, para especialistas, o panorama atual é positivo para a operação do sistema e deixa o ONS em uma situação de conforto no período de estiagem, que vai de maio a outubro na maior parte do País.

A conjuntura favorável, no entanto, pode mascarar algumas preocupações. Um relatório do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), coordenado pelo economista Adriano Pires, mostra que a capacidade de armazenamento nas hidrelétricas para atender a demanda de energia no sistema interligado diminuiu pela metade desde o começo do século.

Os cálculos do CBIE indicam que em 2001, com todos os reservatórios cheios, as hidrelétricas conseguiriam suprir o abastecimento do País por exatos 7 meses. Hoje, com as represas plenas de água, o armazenamento é suficiente para gerar energia aos consumidores nacionais por apenas 3,6 meses.

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