O consumo nacional de energia elétrica bateu o terceiro recorde consecutivo e alcançou 47.170 gigawatts-hora (GWh) em dezembro, impulsionado pela altas temperaturas. O volume registrado corresponde a um aumento de 9,1% em relação ao verificado no mesmo mês de 2022. Os dados são da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
“Assim como em outubro e novembro, impulsionados pelas ondas de calor, os consumos das classes residencial e comercial registraram taxas de expansão de dois dígitos”, destacou a EPE em sua resenha mensal.
As residências consumiram 11,7% mais, na comparação anual, chegando a 15.296 GWh em dezembro, um recorde para essa classe de consumo desde o início da série histórica da EPE, em 2004. Apesar da alta, a taxa de crescimento foi menor do que a registrada nos dois meses anteriores.
Todas as regiões e Estados tiveram expansão do consumo em dezembro, com destaque para Centro-Oeste (19,7%), Norte (18,0%) e Sudeste (12,1%), seguidas por Nordeste (9%) e Sul (7,2%).
Consumo da classe comercial
Segundo a EPE, o aumento da posse e do uso de aparelhos de refrigeração em função das ondas de calor ocorridas no mês contribuiu para a alta. Além disso, a expansão no número de consumidores residenciais, por conta de novas ligações, cadastro de consumidores oriundos de ações de combate às perdas de energia e de reclassificação de consumidores de outras classes realizada pelas distribuidoras, favoreceu o crescimento.
O consumo da classe comercial subiu 11,3% em dezembro de 2023, para 8.993 GWh, também em novo recorde. A alta foi influenciada por temperaturas acima da média e menor volume de chuvas, associado ao comportamento positivo do setor de comércio e ao aumento da base de consumidores comerciais. Entre as regiões, as maiores altas foram no Sudeste (14,1%), Centro-Oeste (11,8%), Sul e Norte (9,3%, ambas). Já o consumo do comércio no Nordeste cresceu 5,1%.
Indústrias
Já as indústrias consumiram 15.669 GWh, um aumento de 5% frente a dezembro de 2022, na maior taxa desde setembro de 2021. Entre as regiões, o destaque foi o Nordeste (9,9%), seguido por Sudeste (6,1%), Centro-Oeste (3,3%) e Sul (2,0%). Apenas a região Norte apresentou retração, de 0,9%.
Segundo a EPE, 31 dos 37 setores monitorados tiveram aumento de consumo. Entre os setores mais eletrointensivos da indústria, os destaques foram a metalurgia (6,7%), impulsionada pela cadeia do alumínio primário, com elevação gradativa do consumo em uma grande unidade no Nordeste, que voltou a operar em abril de 2022; o setor de extração de minerais metálicos (9,6%), com a alta no consumo puxado por Minas Gerais e Espírito Santo; e a indústria alimentícia (78 GWh; 3,7%), que se beneficia da queda do desemprego, aumento da renda e do bom momento do setor agrícola.
Entre os ambientes de contratação, o mercado livre respondeu por 38,9% do consumo nacional de energia elétrica em dezembro, com 18.345 GWh, alta de 10% no consumo e de 25,6% no número de consumidores ante dezembro de 2022. Já o mercado regulado das distribuidoras respondeu por 61,1% do consumo nacional de eletricidade em dezembro, com 28.825 Gwh, alta de 8,6% na comparação com o mesmo mês de 2022. O número de unidades consumidoras aumentou 2,3% no período, apesar da migração de consumidores para o mercado livre.