O período da propaganda eleitoral obrigatória em rádio e TV terminará na quinta-feira. A radiografia tem sido esta: um candidato gritando contra o governo; um minuto depois, outro elogiando para, em seguida, sem qualquer explicação ao ouvinte ou ao telespectador, surgir uma mensagem mais agressiva ainda.
A alternativa, mostram as pesquisas, é desligar os aparelhos.
Em torno da bola de cristal
Diretores de institutos de pesquisa encaminham o que se pode considerar requerimento de habeas corpus preventivo. Declaram que “ainda poderá haver surpresa na eleição presidencial”. Se as previsões errarem, como já ocorreu em outras vezes, apelarão à célebre frase: errar é humano.
Choque dos extremos
Na história das campanhas presidenciais brasileiras não há registro de outra com tanta radicalização como a atual. A de 1955 ocorreu sob impacto do suicídio de Getúlio Vargas e a pressão incessante da União Democrática Nacional, sob comando de Carlos Lacerda, que pretendia chegar ao poder. Mesmo assim, não tem comparação com o que acontece hoje.
Problema surgiu depois
Garantida pelas tropas do Exército, a eleição presidencial se realizou a 3 de outubro de 1955 e a apuração levou duas semanas. Logo após a divulgação do resultado, a União Democrática Nacional e seus aliados deram início a uma batalha no Judiciário para anular as escolhas e impedir a proclamação dos candidatos eleitos. Os derrotados por Juscelino Kubitschek, ao mesmo tempo, passaram a defender abertamente um golpe militar.
Falta a resposta
Os candidatos à Presidência da República ocultam o que é inconveniente. Por exemplo: o eleito não governará sem compor maioria no Congresso.
Há tempo para que respondam à pergunta: vão se submeter às regras do toma lá dá cá, conhecidas há muito tempo?
Terra do barulho
Eleição ao governo do Rio de Janeiro sempre dá samba: 1) o registro de Eduardo Paes, líder nas pesquisas, está sub judice; 2) A Justiça barrou a candidatura de Anthony Garotinho.
De novo
Não deve ser tão ruim conviver com os cofres quase vazios: dos 27 governadores, 20 concorrem à reeleição.
Nada é definitivo
O primeiro Código Eleitoral brasileiro surgiu em 1932, garantindo os votos feminino e secreto. Teve a participação decisiva de Assis Brasil. Seguiram-se outros quatro: em 1935, 1945, 1950 e 1965. Bastava soprar novo vento institucional que vinham mudanças.
Os males, tão conhecidos, persistem.
Na fila
Pelo acordo assinado, a próxima vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado será preenchida por indicação do MDB. Os pretendentes precisarão ter paciência. Nenhum dos atuais integrantes dá sinais de que pedirá aposentadoria.
Enganos em demasia
Alguma coisa está muito errada na Previdência Social: levantamento feito pelo Tribunal de Contas da União mostra que, entre 2014 a 2017, a cada dez aposentadorias por tempo de contribuição liberadas pelo Instituto, sete são resultados de decisões judiciais.
Placar da Petrobras
Com a Operação Lava-Jato, a estatal recuperou 2,5 bilhões de reais. Porém, pagará 3,4 bilhões de reais para encerrar investigações da Justiça norte-americana, que defendeu interesses de acionistas prejudicados com os casos de corrupção. Os investidores brasileiros são bem mais pacientes.
Mudou
O Brique da Redenção não atrai mais candidatos como em campanhas anteriores. Ontem, apenas bandeiras, sendo a maioria levada por pessoas pagas.
Para ficar claro
Os candidatos vitoriosos deveriam acrescentar um compromisso no ato de diplomação: declarar que o poder é como uma sala de cirurgia, não admite a menor contaminação.