Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 17 de abril de 2024
Nosso relógio circadiano é constantemente ressincronizado por reguladores externos.
Foto: ReproduçãoA vida de todos os seres vivos são pontuadas por vários ritmos biológicos que são fundamentais para seu funcionamento adequado. Quais são esses ritmos? Literalmente, eles correspondem à “variação periódica ou cíclica de uma função específica de um ser vivo”.
Eles podem ser de três tipos, dependendo de sua duração:
– Ritmos ultradianos, com um período de menos de 24 horas. São, por exemplo, os ciclos de sono REM ou os ritmos respiratórios ou cardíacos.
– Ritmos infradianos, que têm um período de mais de 24 horas, como o ciclo menstrual.
– Ritmos circadianos. Verdadeiros relógios biológicos, eles funcionam em um período equivalente (ou próximo) a 24 horas (circadiano vem do latim circa, ao redor, e dies, dia). Entre os mais conhecidos estão os sistemas de regulação do sono/vigília e dos hormônios.
O último ritmo, baseado no dia, é particularmente importante. Ele é governado por um “relógio” interno, cujo operador está localizado no cérebro e, mais especificamente, no hipotálamo (localizado sob o encéfalo) de nossa espécie.
Ele consiste nos dois núcleos supraquiasmáticos (localizados sob o quiasma óptico), ricos em neurônios, cuja atividade elétrica oscila durante 24 horas, controlada pela ativação cíclica de genes específicos conhecidos como “genes do relógio” ou “genes circadianos”.
Nosso relógio circadiano é constantemente ressincronizado por reguladores externos, como temperatura ou ingestão de alimentos? Mas, acima de tudo, pela luz.
Nossa retina detecta sinais de luz, que são transmitidos ao cérebro e ao relógio interno, que sincroniza as funções metabólicas dos vários tecidos de acordo com as informações recebidas, ou seja, que horas do dia são.
É um regulador tão poderoso que as pessoas com cegueira total (que, portanto, não conseguem detectar a luz) têm distúrbios no ritmo circadiano, associados a grandes distúrbios do sono.
Hormônios
Na fisiologia humana, um dia é dividido em duas fases: atividade (das 8h-9h às 20h-9h, que corresponde ao nosso dia de trabalho, escola, etc.) e descanso (das 20h-9h às 8h-9h). Eles dependem da produção de melatonina, conhecida como o “hormônio do sono”.
A secreção de melatonina é sincronizada com o ciclo dia-noite: começa quando a luz diminui de intensidade, por volta das 21h às 22h no verão, e atinge o pico de secreção no meio da noite, entre 3h e 4 horas da manhã; depois, diminui até o nascer do sol.
Com o retorno da luz, a melatonina deixa de ser produzida e outro hormônio, o cortisol, assume o controle. Esse “hormônio do estresse” prepara o corpo para o aumento da demanda de energia necessária para funcionar adequadamente durante a fase de atividade.
Sua produção está diretamente ligada ao desaparecimento da melatonina, cuja presença inibe a secreção de cortisol. Isso sincroniza a produção de cortisol com a luz do dia.