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Mundo Retomada rápida de territórios deu novo ânimo aos ucranianos e fez com que russos criticassem invasão

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Putin foi vítima de pelo menos dois atentados em território russo. (Foto: Reprodução)

Na última semana, a Ucrânia conseguiu retomar partes importantes de seu território que haviam sido ocupadas por tropas de Moscou. Isso deixou os ucranianos animados e derrubou o moral dos russos. Na Rússia, onde tradicionalmente não se critica Vladimir Putin publicamente, alguns aliados e especialistas em temas militares verbalizaram seu descontentamento com o líder.

As forças ucranianas retomaram uma região equivalente ao dobro do tamanho da região metropolitana de Londres no leste do país.

Ucranianos animados

O governador da região de Kharkiv, Oleh Syniehubov, afirmou que, em algumas regiões do front da guerra, os ucranianos conseguiram chegar até a fronteira com a Rússia. No fim de semana, o Ministério de Defesa da Rússia afirmou que tropas vão ser retiradas de duas áreas na região para serem reagrupadas a outras frentes de luta.

Segundo a agência de notícias AP, há relatos de que a retirada dos russos foi caótica.

Moradores de pequenos povoados afirmaram que até a hora do almoço parecia estar tudo normal, mas que, de repente, os soldados russos começaram a ficar agitados e, repentinamente, se retiraram com seus tanques e veículos blindados.

Os soldados ucranianos que entraram nas cidades retomadas gravaram vídeos e fizeram fotos para marcar o momento: hastearam bandeiras ucranianas em prédios destruídos e pisaram em bandeiras russas que encontraram pelo caminho.

Ponto de virada

De acordo com a AP, não está claro se essa retomada sinaliza um ponto de virada na guerra, mas que o moral dos dois lados mudou de forma significativa e repentina.

Em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, as autoridades que tomaram o poder conseguiram restaurar cerca de 80% do fornecimento de água e luz, que haviam sido prejudicados durante os meses anteriores.

Os funcionários das empresas de água e luz foram chamados de heróis pelo prefeito de Kharkiv, Ihor Terekhov, no Telegram.

O presidente Volodymyr Zelensky foi às redes sociais: “Vocês pensam que podem nos intimidar, nos quebrar, nos forçar a fazer concessões? Frio, fome, escuridão e sede, para nós, não é tão amedrontador ou mortal como sua ‘amizade’ e ‘irmandade’. Nós teremos gás, luz, água e comida e sem vocês”, escreveu ele.

Críticas

Na Rússia há alguns sinais de descontentamento. Blogueiros especializados em assuntos militares e especialistas que fazem comentários na mídia criticaram o governo russo por não ter mobilizado mais forças e não ter agido com mais agressividade na Ucrânia.

A Rússia não chama a guerra de guerra, mas, sim, de “operação militar especial”. Isso implica uma limitação da capacidade de convocar cidadãos em massa para o exército. O governo também não tinha planos para fazer isso porque uma convocação em massa poderia causar descontentamento civil e protestos, segundo a AP.

Um aliado do governo russo, Ramzan Kadyrov, o líder da Chechênia, criticou o Ministério da Defesa russo; ele afirmou que houve erros que possibilitaram a blitz ucraniana.

Até mesmo na TV estatal russa houve críticas.

Boris Nadezhdin, um ex-parlamentar, afirmou o seguinte na NTV: “As pessoas convenceram o presidente Putin de que a operação seria rápida e eficaz. Essas pessoas, na verdade, enganaram a todos. Nós, agora, estamos em um ponto em que temos que entender que é absolutamente impossível vencer a Ucrânia usando esses recursos [atualmente empregados na guerra] e com métodos de guerra colonial”.

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