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Retorno às atividades na Educação Infantil, SIM ou NÃO?

Os atos de violência foram denunciados à polícia em novembro do ano passado, após um dos pais obter imagens mostrando crianças sendo agredidas e arrastadas. (Foto: Divulgação)

O retorno às aulas, neste momento de pandemia de Covid-19, divide opiniões e exige bom senso. No caso da Educação Infantil, sabe-se que a autorização dos órgãos competentes não significa que todas as crianças voltarão à rotina presencial ao mesmo tempo. É importante deixar claro que os pais ou responsáveis terão poder de decisão e os que não desejam ou não têm necessidade de enviar os filhos para a escola podem continuar em casa.

O ponto que precisamos debater com muita clareza é o quanto uma escola de educação infantil pode contribuir e ainda melhorar a qualidade de vida de uma criança, mesmo em tempos de pandemia. A escola cumpre o papel de apoiar as famílias que precisam trabalhar. O home office trouxe uma rotina intensa deixando os adultos mais ansiosos e estressados com o trabalho do que antes da quarentena. “Mães estão no limite”. “Famílias vivem estresse inédito”. E as crianças, como ficam? A qual qualidade de atenção, atendimento e acolhimento estão sendo submetidas?

Precisamos pensar no bem-estar infantil. Estudos já relatam como o isolamento social está influenciando na saúde mental na faixa etária entre 0 e 4 anos de idade. As crianças expressam seu medo através de crises de angústia, tristeza, irritabilidade, alterações do apetite e sono, sintomas já identificados por muitos pais. É preciso compreender que a criança se desenvolve de forma saudável quando explora o mundo, brinca e se relaciona com os pares. A socialização e a convivência com o coletivo contribuem para o aprendizado e são consequências preciosas da frequência à escola.

O retorno será positivo se todos os envolvidos tiverem o compromisso com os cuidados necessários. Protocolos eficientes já permitiram a rotina presencial em escolas de Manaus, capital que segue com índice de contaminação desacelerado. Também há um estudo francês comprovando que o contágio entre as crianças é baixo, quando as normas sanitárias são seguidas corretamente. Equipes foram treinadas, ambientes foram totalmente reestruturados e atividades reprogramadas.

É hora de tranquilizar os pais, de ter bom senso e agir com cautela e responsabilidade, sem politizar a pauta. As escolas privadas de Educação Infantil de Porto Alegre têm se organizado neste sentido e estão preparadas para retomar as atividades, assim que for possível e autorizado.

Alessandra Uflacker, diretora da Escola de Educação Infantil Neneca e membro do Movimento de Escolas Privadas de Educação Infantil do RS. (Foto: Divulgação)

 

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