O Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, será uma oportunidade para que o presidente Michel Temer apresente os avanços conquistados pelo Brasil conquistou desde a edição do evento no ano passado. Esta será a primeira vez em que ele participa do evento desde que assumiu o cargo, em maio de 2016.
“Um ano atrás, tínhamos uma enorme lista de desafios”, ressalta Luiz Trabuco, presidente do Bradesco, segundo maior banco em patrimônio líquido e o vice-líder em ativos no segmento privado no País. “Agora, ganhamos uma narrativa de superação: inflação e juros no piso histórico, ativos e empresas voltando a criar riqueza e investimentos saindo das gavetas.”
Tradicional participante do encontro, ele avalia o atual cenário nacional com otimismo: o Brasil está mostrando que tem instituições sólidas e uma democracia consolidada. “Afinal, depois de todas as turbulências, o calendário eleitoral está sendo cumprido, a imprensa é livre, a Justiça julga e o Congresso legisla”.
Agenda
Temer deve desembarcar em Zurique nesta terça-feira e no dia seguinte fará a sua estreia no Fórum dos Alpes Suíços – no ano passado, ele foi representado pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. O encontro reúne líderes mundiais, políticos, banqueiros e investidores.
O objetivo é discutir temas econômicos e desenvolvimento. A última participação de um presidente do Brasil no encontro foi em 2014, quando a então mandatária Dilma Rousseff fez um longo e detalhado discurso.
De acordo com o Palácio do Planalto, o emedebista discursará na sessão plenária, a convite do fundador e presidente do fórum, Klaus Schwab. Ele responderá a perguntas sobre o tema “Conjuntura Econômica e Política do Brasil”. No pronunciamento, Temer abordará a retomada da economia no Brasil e reforçará o “engajamento” do governo para aprovar a reforma da Previdência no Congresso Nacional.
“O Presidente da República apresentará à audiência global de Davos um país que superou a crise e voltou a crescer. Com inflação controlada a 2,95%, taxa básica de juros de 7% e a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) registrando recorde de 81 mil pontos, o Brasil está recuperando também o emprego”, disse Parola.
No mesmo dia, segundo Parola, Temer será homenageado em um jantar oferecido pelo fórum e terá encontros bilaterais com líderes políticos e empresariais. O presidente também aproveitará o fórum mundial para divulgar o programa de concessões e privatizações do governo federal, o Avançar Parcerias.
“Esse programa já permitiu a conclusão de mais de 70 projetos, com estimativa de investimentos da ordem de 142 bilhões de reais. Neste ano, outros 75 projetos serão ofertados, com expectativa de captação de mais de 130 bilhões de reais”, disse o porta-voz da Presidência. O retorno ao Brasil está previsto para a quinta-feira.
Eletrobras
Integrante da comitiva brasileira e responsável pela área de concessões do governo, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, frisou que um dos projetos apresentados será o de privatização da Eletrobras, cujo teor foi divulgado na sexta e será enviado ao Congresso nesta segunda-feira.
“Vamos levar nosso portfólio, concessões nas áreas de ferrovia, rodovia, aeroportos, energia, óleo e gás, portos e a capitalização da Eletrobras”, disse o ministro.
O Executivo federal conta com a privatização da estatal para reforçar o caixa do Tesouro Nacional em 2018. A previsão é arrecadar mais de R$ 12 bilhões com a operação.
O Palácio do Planalto ainda não divulgou a comitiva que acompanhará Temer, mas já se sabe que, além de Moreira Franco, devem ir a Davos os ministros Henrique Meirelles (Fazenda), Fernando Coelho (Minas e Energia), Blairo Maggi (Agricultura) e Ricardo Barros (Saúde). O presidente da Petrobras, Pedro Parente, também já confirmou presença.