Quinta-feira, 09 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de maio de 2017
O diretor de relações institucionais da J&F, do Grupo JBS, Ricardo Saud, revelou durante seu depoimento em delação premiada que pagou quase R$ 10 milhões para o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). O dinheiro, segundo Saud, seria para comprar a eleição de Renan para a presidência do Senado e também para eleger Renan Filho como governador de Alagoas.
Para ser mais exato, Saud disse que na verdade foram destinados R$ 9,9 milhões. “Eu entendo que o Renan usou parte desse dinheiro para preparar sua eleição para a presidência do Senado. E parte desse dinheiro para eleger o seu filho Renanzinho, em Alagoas”, afirmou o executivo.
Saud conseguiu “abrir” os quase R$ 10 milhões entregues ao parlamentar alagoano, apontando para onde foram destinadas algumas fatias do bolo: R$ 1 milhão foi para o PMDB de Alagoas, outros R$ 300 mil para o PMDB de Sergipe, R$ 500 mil para o PMDB do Amapá, R$ 455 mil para o PMDB nacional, R$ 500 mil para o PTB da Paraíba, R$ 300 mil para o PTdoB nacional. Tudo por ordens de Renan Calheiros, segundo o executivo.
“O que entendi disso aí, das conversas que a gente teve lá com ele, que ele já estava jogando alguns senadores para preparar a eleição dele para a presidência do Senado. Assim como fez o Eduardo Cunha também, que o senhor vai ver mais na frente”, revelou aos procuradores.
O senador Renan Calheiros afirmou que a citação do delator é fantasiosa. E que o fato de o delator ter ido à casa dele, não significa que ele tenha qualquer relação com atos criminosos. Renan Calheiros disse ainda que Ricardo Saud, ou qualquer outro delator, jamais falaria com ele sobre propina ou caixa dois.