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Brasil Rio de Janeiro bate recorde de fuzis apreendidos em um ano: 393 entre janeiro e setembro

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(Foto: Governo do Estado do RJ/Divulgação/Carlos Magno)

O ano de 2017 bateu o recorde de fuzis apreendidos no Estado do Rio de Janeiro nos últimos 10 anos. Um levantamento a partir de dados do Instituto de Segurança Pública mostrou que entre janeiro e setembro deste ano 393 foram apreendidos no Rio. A média é de mais de um fuzil apreendido por dia no Estado.

Em dez anos, o número chega a mais de 3 mil. Na comparação entre 2008, menor número da série, e este ano, o número de apreensões subiu 114,7%.

Em 2017, o mês de junho foi o mês com mais apreensões em 10 anos : foram 93, sendo 60 deles apenas no aeroporto do Galeão. No mês seguinte, no entanto, o número caiu drasticamente, para apenas 19. Após dois meses de queda, mais uma subida: em setembro, foram 46, o maior número depois de maio e junho, com 73 e 93 apreensões, respectivamente.

Apontado pela Polícia Civil como o responsável pelo envio das armas para o Galeão, o brasileiro Frederik Barbieri está foragido. Ele nega as acusações. Investigações apontam que as armas foram pedidas pelo traficante Rogério 157, um dos pivôs da guerra que aterrorizou os moradores da Rocinha em setembro deste ano.

Como o Instituto de Segurança Pública ainda não publicou os dados de outubro, os números serão ainda maiores: recentemente, a Polícia Militar apreendeu o 300º fuzil em operações da corporação somente em 2017.

Recentemente, traficantes foram flagrados no Complexo da Maré com fuzis durante um baile funk em uma das comunidades da região.

Raquel Dodge

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, informou que a reunião de hoje (6), do Grupo do Rio, criado para investigar crimes federais na área de segurança pública, teve como finalidade específica identificar como as armas e munições chegam ao Rio de Janeiro e “quem opera esses atos ilícitos federais”.

Segundo a procuradora, foi uma reunião para operacionalizar as medidas necessárias para as ações do grupo. “Exatamente as medidas que eles estão empreendendo para iniciar já os atos de investigação, as medidas necessárias para investigar os crimes federais. Nós atuaremos nos crimes federais, que são tráfico internacional de drogas, de armas e de munição, crimes federais específicos; associação para estes crimes; a lavagem de dinheiro decorrente desses crimes e os crimes conexos”, disse.

Raquel Dodge disse que a atuação do Grupo do Rio difere do grupo de Procuradores da República que atuam nas investigações dos crimes da Operação Lava Jato. “Esse Grupo do Rio está dedicado aos crimes de tráfico internacional de drogas, de armas e munição, que são estruturantes dessa violência que acontece aqui no Rio”, disse.

“Não estamos cuidando dos crimes estaduais que é da alçada estadual coisa que este Tribunal aqui cuida [Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro]”, reafirmou.

Destinação

Em setembro a 8ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro determinou a remessa ao Comando do Exército dos 60 fuzis de alto poder bélico apreendidos em junho pela Polícia Civil no Aeroporto Internacional do Galeão/Antônio Carlos Jobim. Ficou para o Exército decidir sobre a destinação das armas.

Na decisão, a juíza Valeria Caldi Magalhães ressaltou que o comando da corporação poderia escolher pela destruição ou destinação das armas a órgãos de segurança pública.

Após a perícia das armas, o Ministério Público Federal havia dado parecer favorável à entrega ao Exército. O arsenal incluía 14 fuzis AR-10, 45 fuzis AK-47, um fuzil G3 e uma pistola Glock G19. 

As armas foram encontradas em contêineres, escondidos em aquecedores para piscinas, no terminal de cargas do aeroporto. A mercadoria ilegal veio de Miami, nos Estados Unidos.

Na época, quatro pessoas foram presas, acusadas de participar da importação ilegal. Investigações da Polícia Civil apontam que um brasileiro que vive em Miami lidera a organização criminosa que tentou exportar o armamento.

tags: segurança

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