Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de dezembro de 2023
Promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro e policiais federais encontraram e apreenderam duas pistolas calibre 22 e R$ 148 mil em dinheiro na casa da deputada Lucinha (PSD), nessa segunda-feira (18). A parlamentar foi afastada do cargo por tempo indeterminado pela Justiça do Rio por suspeita de ligação com a milícia de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, uma das mais poderosas e violentas do Rio.
Segundo as investigações, Lucinha é considerada o braço político da milícia que atua na região de Campo Grande e Santa Cruz, na Zona Oeste da capital fluminense.
A Operação Batismo, da Polícia Federal (PF) e da Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), cumpriu mandados de busca e apreensão na casa e no gabinete da deputada, na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro).
Além da apreensão das armas e do dinheiro na casa de Lucinha, os agentes também apreenderam pen drives, notebooks e documentos em seu gabinete.
A parlamentar foi ouvida e liberada pelos policiais. Lucinha só não foi presa nesta segunda-feira por ser deputada, visto que a lei garante que parlamentares só podem ser presos por crime flagrante e inafiançável.
Mais cedo, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinou o afastamento do cargo, por tempo indeterminado, da deputada estadual Lúcia Helena Pinto de Barros, a Lucinha, do PSD.
De acordo com a força-tarefa, Lucinha é chamada de “madrinha” pelos paramilitares de Zinho, que está foragido acusado de vários crimes.
A Justiça expediu 8 mandados de busca e apreensão contra a deputada. Entre os endereços estavam o gabinete de Lucinha na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no Centro do Rio, e a casa dela, em Campo Grande. Outro alvo de buscas nessa segunda foi Ariane de Afonso Lima, uma de suas funcionárias.
Além de afastá-la do mandato, a Justiça proibiu Lucinha de frequentar as sedes da Alerj – tanto o Palácio Tiradentes quanto o novo prédio da Casa, o Alerjão.
Em nota, a Alerj informou que ainda não tinha recebido o comunicado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro sobre a deputada Lucinha. “Assim que for informada, oficialmente, a Casa tomará as providências cabíveis com base na decisão judicial.”
“Desejo que a deputada consiga esclarecer no seu juízo probatório a inocência dela. Eu acho que a ampla defesa, o contraditório, tem que prevalecer sempre”, disse o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (PL).
“A acusação é muito séria, porque a gente está num combate muito forte com a segurança pública, que está caótica no Rio. A gente está tentando melhorar em esforços conjuntos, não só a Assembleia Legislativa, como também o governador do estado [Cláudio Castro]”, emendou.
O PSD informou, em nota, que “a Constituição Federal garante o direito à ampla defesa, ao contraditório e à presunção de inocência”.
“Nos últimos anos vários foram os casos em que o prejulgamento causou enormes danos aos envolvidos em investigações. Assim, o partido aguardará acesso aos autos para emitir posicionamentos adicionais. O PSD reitera seu compromisso com a ética e a transparência em todas as esferas.” As informações são do portal de notícias G1.