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As ocorrências de homicídio no Rio Grande do Sul aumentaram quase 14% em janeiro

Já na comparação com janeiro do ano passado, houve queda de 11,4%. (Foto: EBC)

Dados oficiais apontam que o número de homicídios no Rio Grande do Sul passou de 123 para 140 entre dezembro e janeiro, uma alta de 13,8%. O governo gaúcho, porém, prioriza a comparação entre os mesmos períodos de anos diferentes: nesse caso, janeiro teve queda de 11,4% em relação ao primeiro mês de 2020 (158 registros), quando a pandemia de coronavírus ainda não havia começado.

A estatística foi apresentada na tarde desta quinta-feira (11) pelo titular da Secretaria da Segurança Pública (SSP), Ranolfo Vieira Júnior. De acordo com o relatório, os 140 assassinatos de janeiro também representam a menor quantidade de ocorrências desse tipo para o período desde 2007 (138 mortes).

Já em relação a janeiro de 2018, que teve 233 assassinados nos primeiros 31 dias do ano, a queda é de 39,9%. O pico da série histórica para esse mês foi registrado em 2017, com 348 homicídios.

Conforme o Palácio Piratini, a estratégia de foco territorial determinada pelo programa “RS Seguro” se mantém como fator fundamental para puxar a queda no total de homicídios no Estado, nessa base de comparação. Das dez maiores reduções verificadas em janeiro, nove foram constadas em municípios que integram o grupo de 23 cidades priorizadas pela iniciativa.

Outra evidência do peso das ações executadas com base no acompanhamento realizado pela GESeg (Gestão de Estatística em Segurança) é o fato de que em 17 dos 23 municípios houve retração ou estabilidade no total de vítimas no mês, na comparação com janeiro de 2020. Esteio, Sapucaia do Sul e Lajeado fecharam os 31 primeiros dias de 2021 com zero homicídios.

“Em Porto Alegre, que já havia chegado ao menor total de vítimas de assassinato desde 2010, o resultado de janeiro também atesta o aprofundamento das reduções”, destaca o governo gaúcho em seu site oficial. “Foram 22 mortes frente às 25 registradas no mesmo mês do ano passado, o que representa retração de 12%.”

“Na comparação com o pico da série histórica, quando a capital gaúcha vivenciou o pior cenário de violência da década, com 105 homicídios, o dado atual significa queda de 79% e 83 mortes a menos”, acrescenta.

“O aprofundamento da queda nos indicadores criminais é reflexo da prioridade com que tratamos a Segurança Pública”, avalia o vice-governador e secretário da Segurança Pública, delegado Ranolfo Vieira Júnior. “Com base nas premissas de integração, inteligência e investimento qualificado previstas no ‘RS Seguro’, reequipamos as polícias com mais de 1,4 mil novas armas, 14 mil coletes e 740 veículos nos últimos dois anos.”

Ele prossegue: “Entregamos recentemente cerca de 100 viaturas semiblindadas, na primeira vez em que um governo gaúcho adquiriu esse tipo de veículo para uso na rotina de policiamento, que será padrão a partir de agora. Também mantivemos as convocações para reposição programada de efetivo. Foram 1,3 mil novos servidores em 2020 e neste ano ingressarão outros 3,1 mil”.

Latrocínios

Os casos de latrocínio (roubo com morte) também apresentaram redução na comparação entre janeiro de 2020 e os primeiros 31 dias deste ano, passando de cinco para quatro, uma retração de 20% e o menor total desde 2008, quando houve três casos no mês. Também foi constatada uma queda (25%) em relação aos três casos de dezembro.

Na avaliação de autoridades da segurança pública, os principais fatores que explicam a redução verificada ao longo dos últimos dois anos abrangem a intensificação nas ações de patrulhamento ostensivo pela Brigada Militar e a investigação qualificada pela Polícia Civil, com resulta em mais de 90% de índice de resolução desse tipo de delito.

Em Porto Alegre, que em janeiro de 2020 havia zerado o indicador de latrocínio, houve um caso no primeiro mês deste ano. Em relação ao pico da série histórica, com seis roubos com mortes na Capital em janeiro de 2013, o dado de 2021 equivale à queda de 83,3%.

(Marcello Campos)

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