Terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 8 de dezembro de 2020
Estudo do DEE faz um panorama das metas fixadas pela ONU para garantir melhor saúde e bem-estar da população
Foto: ReproduçãoEntre 2007 e 2018, o Rio Grande do Sul consolidou uma tendência acentuada de queda no número de novos casos de aids. Em 2018, foram 3.083 notificações no Estado, sendo 1.845 homens e 1.238 mulheres. Em 2007, primeiro ano analisado, foram 5.077 novos casos.
Apesar da queda, o Estado ainda mantém a taxa de detecção de casos de aids acima da média nacional. Enquanto no Brasil a taxa, em 2019, foi de 17,8 casos por 100 mil habitantes, no RS o número chegou a 27,2 novos casos para cada 100 mil pessoas.
O indicador segue elevado, mas também em tendência de queda quando comparado com 2008, ano em que a taxa era de 45,8 novos casos a cada 100 mil habitantes. A taxa de mortalidade por aids no RS segue superior a do país, de 10 óbitos por 100 mil habitantes em 2018 ante 5,3 óbitos no Brasil.
Os números sobre a epidemia estão no estudo produzido pelo DEE/SPGG (Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão), divulgado nesta terça-feira (08), que faz um panorama sobre as metas fixadas pela ONU (Organização das Nações Unidas) para garantir melhor saúde e bem-estar da população.
O chamado ODS (Objetivo do Desenvolvimento Sustentável) 3 – Saúde e Bem-Estar – tem nove metas a serem alcançadas até 2030, que servem como base para analisar a evolução dos resultados.
Desenvolvida pelos analistas pesquisadores do DEE/SPGG, Guilherme Risco e Marilene Dias, a avaliação inclui dados do Ministério da Saúde, em sua maioria, atualizados até 2018 sobre mortalidade materna, neonatal e na infância, doenças transmissíveis e não transmissíveis, acidentes em estradas, acesso a serviços de saúde, entre outros.
“Embora várias metas estabelecidas pela ONU não sejam de competência dos governos locais, as gestões do Estado e dos municípios podem fazer muito para que elas sejam cumpridas ao final do prazo”, destaca Risco.
Mortalidade infantil
Quanto à mortalidade neonatal (zero a 27 dias de vida), o RS registrou 7,1 mortes por 1 mil nascidos em 2018, número constante nos últimos anos e menor do que o registrado no início da série, em 2000, quando era de 9,5 mortes por 1 mil nascidos. No Brasil, a taxa caiu de 13,6 em 2000 para 8,5 em 2018. A meta estabelecida pela ONU para 2030 é de, no máximo, cinco mortes por 1 mil nascidos vivos.
Quando se considera a mortalidade de crianças menores de cinco anos, cuja meta no ODS é de, no máximo, oito mortes por 1 mil nascidos vivos, o Estado registrou 11,4 mortes por 1 mil nascidos vivos em 2018, o segundo melhor desempenho do país, atrás somente de Santa Catarina (10,8) e abaixo da média nacional (14,2).
No que se refere à meta relacionada com a atenção à saúde da mulher na gestação e no parto, o Rio Grande do Sul estava em 2018 próximo dos valores estabelecidos pela ONU como referencial. No último ano analisado, o Estado registrou taxa de mortalidade materna de 36,4 por 100 mil nascidos vivos, contra 56,3 por 100 mil nascidos vivos no país. A meta do ODS é de, no máximo, 30 mortes por 100 mil nascidos vivos até 2030.
Suicídios
Entre as causas de morte prematura na população adulta (20 a 59 anos) por doenças não transmissíveis (cardiovasculares, neoplasia, doenças infecciosas, entre outras), as neoplasias (tumores) foram a causa de 41,2 mortes a cada 100 mil habitantes na idade indicada, seguida das doenças do aparelho circulatório (28,3), doenças do aparelho respiratório (9,5) e digestivo (9,4).
Com exceção das doenças do aparelho circulatório, que registraram tendência forte de queda, passando de 47,1 mortes para cada 100 mil pessoas em 2000 para o patamar mais recente, as demais causas apresentaram estabilidade ao longo do período.
Relacionado à saúde mental, o suicídio registra números preocupantes no RS, com a mais alta taxa do país. Em 2018, ocorreram 10,9 mortes por suicídio a cada 100 mil habitantes no Estado, contra taxa de 6,1 no Brasil. O número no RS foi mais alto em 2017 (11,9), mas, ainda assim, a taxa registrada em 2018 foi a segunda maior da série histórica analisada, iniciada em 2000.
Acidentes de trânsito
O Rio Grande do Sul registrou em 2018 a menor taxa da série histórica na meta que avalia mortes por acidentes de trânsito. No ano, o Estado chegou a 15,5 mortes por 100 mil habitantes, taxa próxima da obtida pelo País (15,6). Das 1.757 vítimas desses acidentes no RS, a maioria é de ocupantes de automóveis, com 37% do total. Em seguida, vêm motociclistas (22%) e pedestres (20%).
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