Com uma expectativa de safra recorde e incremento de 71% em relação ao ano passado, a colheita da soja foi oficialmente aberta no Rio Grande do Sul nesta semana. A cerimônia reuniu produtores rurais, autoridades, entidades e empresas na sede da Agropecuária Richter, em Tupanciretã (Região Central do Estado).
Dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) apontam uma área plantada de cerca de 6,6 milhões de hectares em 426 municípios do Estado. A expectativa é de uma safra que deve resultar em 22,2 milhões de toneladas de soja.
Além disso, o Rio Grande do Sul deve ficar em segundo lugar no ranking de produtividade, atrás apenas do Mato Grosso. A projeção tem por base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
“A frustração das safras nos últimos anos trouxe prejuízos para o município e a região, mas acreditamos que esta deve ser de grande recuperação, com produtividade recorde. Isso reposicionará o Rio Grande do Sul no cenário nacional”, ressaltou o secretário-adjunto da pasta estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Márcio Madalena, representando o governo gaúcho no evento.
Ele também citou uma das pautas prioritárias da secretaria, que é a irrigação, e tratou do programa do governo do Estado que vai subsidiar em até R$ 100 mil os projetos de irrigação dos produtores rurais:
“A reservação de água e a irrigação devem ser assuntos permanentes, e o governo estadual tem essa discussão como prioridade para que o nosso agronegócio não venha a sofrer no futuro o que já aconteceu em épocas de estiagem”.
O prefeito de Tupanciretã, Gustavo Herter Terra, destacou que o município sempre liderou o ranking de maior produtor, mas que, no ano passado, em razão da estiagem, a produtividade foi menor.
Para 2024, a expectativa é de que a cidade volte a ocupar o primeiro lugar: “Aqui no município produzimos soja em cerca de 150 mil hectares, com produção de 9 milhões de sacas por ano”.
Missão britânica
Uma missão do Reino Unido esteve no Rio Grande do Sul para avaliar as condições para a regionalização do sistema de vigilância, monitoramento e resposta do estado à influenza aviária de alta patogenicidade, a H5N1.
A auditoria da equipe técnica britânica avaliou as ações de prevenção e vigilância para a gripe aviária executadas pelo Serviço Veterinário Oficial – compreendendo o trabalho da Seapi e do Ministério da Agricultura e Pecuária. Também analisou a capacidade de enfrentamento em caso de ocorrência da doença na avicultura gaúcha.
Técnicos de ambos os órgãos apresentaram as atividades desempenhadas na prevenção, vigilância e preparação para o enfrentamento de um eventual ingresso de gripe aviária em granjas avícolas gaúchas, destacando o trabalho coordenado conjunto e a cadeia produtiva.
Os auditores estrangeiros também conheceram a ferramenta de geoanálise desenvolvida na Plataforma de Defesa Sanitária Animal (PDSA-RS) para gestão de focos em emergências sanitárias. Coordenadora do Programa de Sanidade Avícola pela Seapi, Ananda Kowalski salienta:
“A atuação do Serviço Veterinário Oficial do Rio Grande do Sul no enfrentamento dos focos de influenza aviária em aves silvestres e em mamíferos marinhos foi destacada pelos auditores, que também demonstraram satisfação com a ferramenta de gestão de focos apresentada”.
A passagem da equipe britânica incluiu, ainda, auditoria no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária no Rio Grande do Sul (LFDA-RS). Atualmente, o laboratório é responsável pelo processamento de amostras de vigilância ativa para influenza aviária na avicultura industrial do estado.
Além do Rio Grande do Sul, a missão visitou os Estados de Santa Catarina e São Paulo. O roteiro contemplou auditoria de Serviços de Defesa Sanitária Animal, Serviço de Inspeção Federal, granjas avícolas, criação de aves de subsistência, laboratórios oficiais e credenciados.
(Marcello Campos)