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Variedades Rita Cadillac completa 70 anos, expõe casos de assédio e relata estupro no casamento

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Ex-chacrete fala sobre passagem do tempo, shows em Serra Pelada e Carandiru e vida plena e livre. (Foto: Reprodução)

De cara lavada, Rita de Cássia Coutinho, a Rita Cadillac, surge sorridente na tela do computador. Durante uma hora, a ex-chacrete, atriz, cantora e bailarina, que completou 70 anos no último dia 13, responde a todas as perguntas sem titubear. “Não me arrependo de nada”, diz, categórica.

Atuante nas plataformas Only Fans e Privacy, em que produz conteúdo adulto – “É muito divertido, faço a minha própria revista” –, a carioca radicada em São Paulo diz que o espírito desbravador se manifestou já na infância e no começo da adolescência, influenciada pela avó paterna, por quem foi criada (o pai morreu quando ela era bebê e a mãe a entregou para a avó, uma militante de esquerda).

“Na década de 1960, nosso apartamento era um ‘aparelho’, sempre tinha alguém escondido lá”, lembra-se. Progressista nas ideias políticas, mas conservadora nos costumes, fazia só uma exigência: a de que a neta permanecesse virgem até o matrimônio.

“Isso bateu na minha cabeça. Eu me casei virgem, aos 16 anos, e só consegui transar uma semana depois. Como não queria ter relações sexuais, meu ex-marido me deu vinho, devo ter ficado bem louca. Na manhã seguinte, minha avó, com quem morávamos, veio me falar que gritei por socorro. Dei-me conta de que fui estuprada.”

Aos 18, já mãe de Carlos César, seu único filho, separou-se e foi à luta. “Quando falei que ia embora, ele disse que me mataria. Falei para ele me matar naquele momento porque não teria uma segunda chance.”

Na sequência, ingressou na carreira artística. Por oito anos, trabalhou ao lado de Abelardo Barbosa (1917-1988) e se tornou a chacrete mais conhecida do Brasil. O sucesso da música “É bom para o moral” fez com que partisse para carreira solo. Também deixou sua marca em ambientes brutos, como Serra Pelada, nos anos 1980, e a Casa de Detenção de São Paulo, conhecida como Carandiru, nas décadas de 1980 e 1990. A seguir, os melhores trechos da conversa:

A chegada aos 70

“Não tenho problema com idade. Minha cabeça é quem me rege. Também nunca fiz plástica, no máximo um botox, e nem me sinto ‘invisível’ diante dos homens, como algumas mulheres relatam. Nas minhas plataformas adultas há muitos jovens que me elogiam. Ainda existe preconceito contra nós, mulheres, mas, hoje, temos mais condições de bater na mesa e dizer o que queremos. Sou dona do meu corpo. Falam: ‘Ah, você está com 70 anos e não pode usar short’. Respondo: ‘Posso sim.’”

Assédio

“Antigamente, não se falava essa palavra, mas as mulheres da minha geração passaram muito por isso. Também fui vítima. Quando me ofereciam grana, respondia: ‘Não é por aí que você vai me ganhar’. A minha vantagem é que tenho um ouvido ótimo, que ligo e desligo, mas olho de cara feia. Como fiquei sozinha no mundo muito cedo, precisei me impor. Coloquei uma carcaça que me salva de muitas coisas, até hoje. Sou brava.”

Serra Pelada e Carandiru

“Na primeira vez em que fui à Serra Pelada, o avião caiu em plena selva amazônica. Estávamos eu, o piloto e o meu empresário. Já o meu ‘hotel’ era um barraco de lona. Fiquei uma semana entre 60 mil garimpeiros e nenhum deles avançou o sinal. No Carandiru, fiz inúmeros shows. Falo com detentos e ex-detentos, que me pedem a bênção até hoje, de igual para igual, sem medo.”

Pornografia

“Apaguei tudo da minha memória. Não foi bom. Fiz apenas por dinheiro e pronto, acabou. Gravei 20 cenas que rendem filmes até os dias de hoje. Eles (os produtores), por serem os ‘donos’ do filme, colocam as imagens de trás para frente e de frente para trás, e anunciam de novo.”

Feminismo

“Sou feminista. Batalho pelos direitos das mulheres. Às vezes, pareço grossa quando falo que algumas sabem o que vai acontecer ao perdoarem os homens uma, duas, três vezes… Estou me referindo à violência doméstica. Sobre o aborto, sou totalmente a favor. Fiz um quando tinha cerca de 30 anos. Adianta ter um filho e não poder criá-lo?.”

Amor e sexo

“Não estou namorando, e está bom assim. Gosto de ser livre, acordar e viajar para onde quiser. Assusto os homens por causa da minha independência. Nunca me submeti a nenhum deles. Não vivo sem sexo, mas existem tantos brinquedinhos. Não preciso de namorado para isso.”

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