O ator Robert De Niro foi ao tribunal federal de Manhattan, nos Estados Unidos, nessa segunda-feira (30) para depor no julgamento do caso contra a ex-assistente Graham Chase Robinson, que o acusa de uma série de crimes que vão desde discriminação de gênero a assédio sexual.
De Niro chegou ao tribunal com uma máscara cinza, combinando com sua camisa pólo da mesma cor. Ele também usava um blazer azul marinho, calça preta e tênis pretos. Ele carregava consigo o que parecia ser um boné de beisebol e uma capa para laptop.
A briga começou quando o astro denunciou a ex-funcionária por usar a renda da empresa para benefício próprio. Ele também a acusou de assistir “Friends” no trabalho e supostamente roubar milhões de milhas aéreas da conta de sua empresa, a Canal Productions. Segundo a ex-funcionária, De Niro estava saindo na frente da situação entrando com um processo como retaliação pelas acusações dela. Ela alegou que o ator liderava um local de trabalho abusivo para as mulheres e fazia contatos físicos indesejados. Iniciou então outra briga judicial ao acusá-lo de discriminação e retaliação com base em seu gênero.
Nenhum dos dois concordou com as reivindicações realizadas e, agora, nesta segunda-feira (30), Robert De Niro foi ao tribunal federal de Nova York para testemunhar contra as acusações feitas por Robinson, que inclui má remuneração e ambiente tóxico de trabalho. Segundo a ex-assistente, o ator a colocava para fazer serviços domésticos, apesar de seu elevado título executivo.
“Robert De Niro é alguém que se apegou aos velhos costumes”, afirmou a denúncia de Graham Chase Robinson.
Robinson começou a trabalhar para De Niro em 2008, passando de assistente executiva a diretora de produção e, depois, vice-presidente de produção e finanças. Segundo ela, as atividades de trabalho a mantinham ocupada por 24 horas e incluíam tarefas para De Niro, como abotoar suas camisas, serviços para a família do ator e para o escritório da Canal Productions. Ela também acusa o vencedor do Oscar de se referir a ela como sua “esposa do escritório” e chamar funcionárias mulheres de “p***” e “vadias”.
Em 2018, ela tentou deixar o emprego, mas, de acordo com o seu depoimento, foi ameaçada de receber recomendação negativa por parte de De Niro. Na época, ela recebia 200 mil dólares e negociou um aumento salarial, que foi dado pelo ator, chegando a 300 mil.
“Trabalho para você há 11 anos e não invejo o salário de ninguém, mas quero paridade. Para dar um exemplo, ganho menos do que o seu treinador, que tem um salário base de 250 mil dólares e despesas que excedem 70 mil por ano”, foi o argumento da ex-assistente na época.
Por outro lado, Robert De Niro e sua namorada Tiffany Chen afirmam que Graham Chase Robinson faziam tarefas domésticas voluntariamente, além de podar árvores e mudar móveis de lugar sem permissão. “Tudo parecia muito ciumento e territorial”, contou Chen, que acreditava que a ex-assistente era apaixonada pelo ator.
Agora, o caso está sendo avaliado pelo júri e ainda não há previsão de quando será encerrado, tendo em vista que ambos os envolvidos estão em conflitos de interesse.