Robinho relatou oficialmente em petição na Justiça que vem sofrendo constrangimento público por parte da imprensa. Segundo os representantes do atleta, jornalistas de diferentes emissoras estão acampados na portaria do prédio onde o jogador vive com a família, em Santos. A situação estaria inclusive atingindo o dia a dia dos filhos.
O ex-jogador do alvinegro praiano de São Paulo alega que o assédio da imprensa está afetando os menores. A defesa do atleta ainda criticou o Ministério Público, que procurou o atleta em São Vicente e alegou que o endereço do jogador é publicamente conhecido.
Robinho foi condenado a 9 anos de prisão na Itália após ter sido acusado de estupro por uma jovem. A Justiça italiana busca que o atleta cumpra a pena no Brasil e o processo para que isto aconteça já está em andamento. O ex-jogador do Santos pede que os italianos enviem os documentos do julgamento traduzidos.
O advogado José Eduardo Alckmin é o principal responsável pela defesa do atacante no Brasil. Ele alega que sem os documentos do processo realizado pela Justiça italiana, será impossível defender o cliente adequadamente.
Até o momento, a responsável pelo caso no Brasil, a juíza a ministra Maria Thereza de Assis Moura, presidente do STJ, ainda não acatou com o pedido do jogador. Enquanto isso, Robinho seguirá tendo que conviver com o assédio diário da imprensa, que busca uma declaração do atacante sobre o caso.
Defesa
O advogado de defesa José Eduardo Alckmin que eles atuarão em, pelo menos, duas frentes. Uma delas irá questionar o pedido para cumprimento da pena no Brasil. “Se não pode ser extraditado para ser processado lá, tem lógica a gente simplesmente acatar a decisão estrangeira e homologar para ser aplicada aqui?”, indagou José Eduardo. A outra frente buscará a revisão do processo na Itália, onde Robinho foi condenado em última instância.
O advogado afirmou que ainda não teve acesso à integra do processo que condenou Robinho, mas disse já ter encontrado falhas – inclusive por parte da própria defesa do jogador em primeira instância na Itália. José Eduardo também negou que Robinho estivesse se escondendo da Justiça brasileira e que ele se considera injustiçado. “(Ele diz que) prevaleceu uma compreensão muito diferente dos fatos que efetivamente ocorreram.”
“Tivemos acesso ao que está nos autos hoje, mas com certeza está incompleto. Só tem a nota verbal e uma referência ligeira ao processo. Não tem as peças e aspectos que são fundamentais. Por exemplo, o advogado italiano nos reportou uma possível nulidade, porque o fato que foi inicialmente alegado não foi o fato que foi considerado para haver a condenação dele (Robinho). Esse é um aspecto fundamental, porque, para nós, é um cerceamento da defesa que dá nulidade do processo.”