Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 21 de novembro de 2022
Rodrigo Maia (PSDB-RJ), deputado federal e ex-presidente da Câmara dos Deputados, foi alvo de bolsonaristas em um resort na Praia do Forte, no litoral norte da Bahia, na manhã do último domingo (20). Ele estava acompanhado de sua mulher, a advogada Vanessa Canado.
Os ataques partiram de um grupo de cerca de dez a 15 pessoas. Outros hóspedes que estavam no espaço, vários deles com crianças à mesa, manifestaram contrariedade com a confusão. Enquanto Maia e Vanessa tentavam passar pelo espaço do Tivoli Ecoresort, vários hóspedes começaram a xingar o parlamentar, que reagiu fazendo a letra“L” com a mão, em referência ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que venceu o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano, com seu apoio.
Paulo Teixeira, deputado federal e secretário-geral do PT, se mostrou solidário a Maia e publicou uma mensagem de apoio em sua conta no Twitter. “Minha solidariedade ao Rodrigo Maia, vítima de violência de extrema direita estimulada pelo atual presidente da república, que aliás, há 20 dias não comparece ao trabalho”, disse.
Em vídeos que circulam nas redes sociais, é possível ouvir gritos de “ladrão” contra Rodrigo Maia, entre outros xingamentos. Em certo momento, uma mulher se aproxima e pergunta a ele: “É gostoso tudo o que você roubou do país?”. Na sequência, ela ainda se dirige à mulher de Maia, com novas ofensas. O casal evitou responder às provocações e apenas pediu que as hostilidades parassem. Os ataques só cessaram quando seguranças do hotel se aproximaram.
Maia disse que há “uma narrativa contra aqueles que divergem do bolsonarismo”, após os ataques sofridos no domingo.
O ex-presidente da Câmara dos Deputados fez, ainda, uma crítica à imprensa que, de acordo com ele, está em uma “bolha” e tem sido “desqualificada”, por esse motivo não se tem mais credibilidade nas informações.
“Infelizmente eles já não sabem o que é fato e o que é fake. Criaram uma narrativa contra aqueles que divergem do bolsonarismo. A bolha e a desqualificação da imprensa criaram isso”, apontou. “O desrespeito à divergência de opinião é um absurdo, mas que tenho certeza que vai passar”, complementou.
Na semana passada, em Nova York, nos Estados Unidos, um grupo de bolsonaristas já havia hostilizado ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, durante agenda na cidade. O ex-presidente Michel Temer também foi vítima de ataques.