Rodrigo Pacheco (PSD-MG) pode assumir um ministério no governo de Luiz Inácio Lula da Silva após deixar a presidência do Senado em 2025. Aliados do presidente e do senador começaram a conversar para que Pacheco entre no governo em 2025. As discussões seriam preliminares e ainda não existe acordo firmado.
A ideia é estreitar a relação do Planalto com o grupo que deve continuar no comando do Senado. Pacheco vai apoiar Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) na eleição que vai ocorrer em 1º de fevereiro de 2025. Além disso, um cargo na Esplanada manteria Pacheco em evidência política. O senador estuda uma candidatura ao governo de Minas Gerais em 2026, com o apoio do presidente Lula.
A ideia da entrada de Pacheco no governo Lula foi levada por um senador ao presidente em abril. Mais tarde, o próprio Lula teria feito uma “referência indireta” ao tema durante uma conversa com Pacheco.
O senador diz que não cogita a possibilidade: “Meu compromisso é com o mandato no Senado para trabalhar pelo meu estado e por temas nacionais”, disse Pacheco.
Início de maio
O presidente Lula recebeu no início deste mês Pacheco para uma reunião. O evento ocorre em meio ao desgaste entre o Palácio do Planalto e o Congresso. Ministros do governo também participaram do encontro.
Anteriormente, Lula já havia se encontrado com Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara. O Congresso vem se queixando de algumas medidas do Executivo. Entre elas, o represamento do pagamento de emendas parlamentares, a judicialização de projeto aprovado pelo Congresso e falta de diálogo.
Pacheco disse, em entrevista coletiva no Senado, que o governo cometeu um “erro primário” ao contestar, no Supremo Tribunal Federal (STF), o projeto aprovado por Câmara e Senado que estende até 2027 a desoneração da folha de pagamentos de empresas dos 17 setores que mais empregam na economia.
Dias antes, no fim de semana, Pacheco respondeu a uma declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo Haddad, o Congresso deveria se preocupar com responsabilidade fiscal. O ministro quis dizer com isso que deputados e senadores têm aprovado medidas que geram gastos para o governo sem apontar uma compensação fiscal.
Ao rebater Haddad, Pacheco afirmou que parlamentares não são obrigados a aderir ao governo.
Com as reuniões, tanto com Lira quanto com Pacheco, Lula buscou desfazer esses pontos de tensão para garantir um cenário favorável aos projetos do governo no Congresso.
Líderes dos partidos no Senado, e mesmo ministros do governo, se ressentem da pouca participação de Lula no diálogo do dia a dia com o Congresso. Os parlamentares argumentam que uma coisa é negociar com Lula. Outra, completamente diferente, é negociar com aliados.