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A Previdência teve rombo recorde de 268 bilhões de reais no ano que passou

Resultado ficou muito próximo do recorde histórico registrado em janeiro do ano passado, que foi de um saldo positivo de R$ 46,94 bilhões. (Foto: Divulgação)

O governo federal informou nesta segunda-feira (22) que os déficits somados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) – sistema público que atende os trabalhadores do setor privado – e do RPPS (Regime Próprio de Previdência Social) – dos servidores públicos – totalizaram R$ 268,79 bilhões em 2017.

Segundo números da Secretaria da Previdência do Ministério da Fazenda, o rombo é 18,5% maior do que o registrado em 2016, quando somou R$ 226,88 bilhões. O aumento foi de R$ 41,91 bilhões. O valor do rombo no ano passado foi o maior da série histórica.

Somente no INSS, o rombo subiu de R$ 149,73 bilhões em 2016 (2,4% do PIB) para R$ 182,45 bilhões no ano passado (2,8% do PIB), um crescimento de 21,8% – R$ 32,71 bilhões. Já para o regime próprio dos servidores da União, o déficit subiu de R$ 77,15 bilhões, no ano retrasado, para R$ 86,34 bilhões em 2017 – uma alta de 11,9%, ou de R$ 9,19 bilhões.

O déficit do regime dos servidores no ano passado se dividiu da seguinte forma: servidores civis, rombo de R$ 45,24 bilhões; servidores militares, rombo de R$ 37,68 bilhões; demais servidores, déficit de R$ 3,42 bilhões.

Para 2018, a expectativa do governo federal é de um novo crescimento no rombo do INSS. A previsão que consta no Orçamento já aprovado pelo Congresso Nacional é de um resultado negativo de R$ 192,84 bilhões.

“A gente observa que o déficit da Previdência vem crescendo em um ritmo muito acentuado e em um sistema muito desigual. É necessário fazer uma reforma para quebrar privilégios, para dar tratamento mais igualitário e obter as economias por meio das pessoas de renda mais alta, preservando os benefícios das pessoas de renda mais baixa. Países que não enfrentaram a realidade tiveram que cortar o valor do benefício. Então, o Brasil tem tempo suficiente para fazer uma reforma da Previdência, dá para fazer uma reforma preventiva para impedir situações que ocorreram em países como Portugal e Grécia”, disse o secretário de Previdência, Marcelo Caetano.

Reforma da Previdência

No fim do ano passado, a equipe econômica do governo deu aval para uma proposta de reforma da Previdência mais enxuta, sem alterações na aposentadoria dos trabalhadores rurais e nas regras do BPC (Benefício de Prestação Continuada).

O governo tem dito, porém, que não abre mão de três pontos: equiparar as regras do setor público e do setor privado, instituir uma idade mínima de 65 anos para homens e de 62 anos para mulheres e manter uma regra de transição por 20 anos (durante os quais seria possível se aposentar abaixo da idade mínima).

A expectativa do governo é votar essa nova proposta no plenário da Câmara dos Deputados no dia 19 de fevereiro. O Executivo precisa obter 308 votos para alterar as regras previdenciárias. Depois da Câmara, a proposta também tem de passar pelo crivo do Senado Federal.

Previdência urbana e rural

O Ministério da Fazenda informou que a maior parte do déficit do INSS registrado no último ano está relacionado com a Previdência rural, que, sozinha, teve um resultado negativo de R$ 111,6 bilhões, contra R$ 107,2 bilhões em 2016. Houve uma alta de 4,1% no rombo. 

A Previdência dos trabalhadores urbanos também registrou déficit no ano passado, de R$ 72,31 bilhões. Houve, com isso, um crescimento de 51,3% no resultado negativo, que somou R$ 47,8 bilhões em 2016.

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