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Ronnie Von, aos 77 anos, fala sobre envelhecer: “Falta pouco tempo para muita coisa que quero realizar”

Lançando regravação de um sucesso de Rita Lee, ele garante que não vai retomar a carreira na música. (Foto: Angelo Pastorello/Divulgação)

Ronnie Von acaba de lançar uma regravação da música Só de Você, originalmente gravada por Rita Lee em 1982 e agora com arranjo repaginado e clipe feito na exposição dedicada à “rainha do rock”, no MIS, em São Paulo. Mas para quem espera que essa seja a volta dele à música, na verdade trata-se de um gesto de carinho à Rita, que acabou chegando ao grande público.

“Temos uma amizade de mais de 55 anos, e eu gravei como um presente para ela, para levantar o humor, levar alegria”, Ronnie diz à Quem, se referindo ao recente diagnóstico de um tumor no pulmão, que a cantora vem tratando. “Ela gostou tanto que quis ser a madrinha do lançamento da música. Eu nem pretendia lançar, era uma coisa íntima nossa, um presente para uma amiga querida sem nenhuma intenção.”

Atualmente, Ronnie quer se dedicar à TV, de onde está longe desde o fim do programa Todo Seu (Gazeta), exibido durante 15 anos até 2019. O hiato fora do ar não vai durar muito mais tempo.

“Assinei com o grupo Bandeirantes e começo a gravar neste mês. O programa vai se chamar Além do Vinho”, diz ele, que tem uma adega em casa e interesses em enologia. A atração deve ser exibida no canal pago Sabor & Arte e terá entrevistas.

“O vinho entra para motivar a conversa. Gosto de pessoas. Todos nós temos histórias que merecem ser contadas. Não assinei um contrato longo, quero ver como vai ser, porque o trabalho tem que ser prazeroso”, defende. Há a possibilidade de a produção acontecer na própria casa de Ronnie. “Minha casa é cheia de cantinhos, vai ser gostoso. E se livrar do trânsito vai ser uma maravilha”, brinca ele, que costumava atravessar a cidade para ir do Morumbi, bairro onde vive, até a Avenida Paulista, onde gravava o Todo Seu.

Aos 77 anos, ele exalta sua experiência de vida – “aprendi o caminho das pedras” -, mas confessa não gostar de envelhecer. “Não acho muito legal, não. Falta pouco tempo para resolver muita coisa que quero realizar. Meu pai morreu aos 99 anos e me ensinou a não parar nunca. Ele dizia que a mente humana não passa dos 25 anos, só o corpo passa. Tenho isso em mente. Não tenho planejamento, mas não paro de sonhar. Tirar o sonho é tirar a vida. Quero fazer uma fundação para idosos, um outro programa de TV, ter uma coleção de carros antigos, que agora está impossível porque virou commodity, mas quem sabe as voltas que o mundo dá, e sempre deu voltas a meu favor”, filosofa.

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